Vital Farias, cantor e compositor paraibano, faleceu nesta quinta-feira (6), aos 82 anos, devido a complicações cardíacas. Internado no Hospital Metropolitano Dom José Maria Pires após sofrer um infarto agudo do miocárdio, o artista não resistiu, deixando um legado que ressoará por gerações. Sua morte foi confirmada por familiares próximos, e a notícia foi lamentada por toda a sua terra natal, a Paraíba.
Nascido em 1943 na zona rural de Taperoá, no interior da Paraíba, Farias fez história ao se mudar para o Rio de Janeiro na década de 1970, onde se formou em música. Seu primeiro disco, homônimo, trouxe a marcante canção "Ê Mãe", em parceria com Livardo Alves e Ari Toledo. Logo, se tornaria conhecido em todo o Brasil com canções como "Canção em Dois Tempos", que misturavam a carga cômica no ritmo e nas letras, ao mesmo tempo em que mantinham uma atmosfera fortemente nordestina.
Ao longo de sua carreira, Vital Farias fez parcerias memoráveis com artistas como Geraldo Azevedo, Xangai e Elba Ramalho na série de ábuns ao vivo denominada "Cantoria", cujas interpretações de suas músicas, como "Veja" e "Ai, que Saudade D'Ocê", ajudaram a consolidar seu nome além das fronteiras nordestinas. Suas composições, marcadas pela leveza poética e pela sinceridade da vida na região, tornaram-se hinos que atravessaram as décadas.
Além do citado "Cantoria", a obra de Vital é marcada por discos que se tornaram referências da música nordestina e da MPB. Alguns de seus principais álbuns incluem:
- "Vital Farias" (1975) - Este é o primeiro disco do compositor, que o apresentou ao público com canções como "Ê Mãe" (parceria com Livardo Alves e Ari Toledo), e "Canção em Dois Tempos", que logo se tornaram grandes sucessos. Este álbum marca sua entrada no cenário musical brasileiro.
- "O Poeta da Canção" (1980) - Neste disco, Vital consolidou seu estilo único, com letras poéticas e melodias que evocam a alma nordestina. Entre as faixas marcantes estão "Ai, que Saudade D'Ocê" e "Vida de Viajante", que ganhariam ainda mais popularidade na voz de Elba Ramalho.
- "Na Hora Certa" (1984) - Com arranjos sofisticados e letras carregadas de emoção, este álbum mostra a maturidade artística de Vital. Ele continuou a explorar as raízes nordestinas, mas também ampliou seu leque musical, com arranjos que mesclavam elementos da MPB e da música regional.
- "Compositor e Intérprete" (1991) - Este álbum reflete a autenticidade de Vital Farias como artista completo. A obra reúne canções que mesclam o cômico e o lírico, com forte presença da cultura nordestina.
- "Vozes do Sertão" (1999) - Em "Vozes do Sertão", Vital Farias homenageia suas raízes e a música popular brasileira, com ênfase na vida e cultura do sertão nordestino. O disco é uma verdadeira celebração das paisagens e sons do Nordeste.
A Secretaria de Estado da Cultura da Paraíba e a Prefeitura Municipal de Taperoá prestaram homenagens, reconhecendo o impacto duradouro de sua música. Em luto oficial de três dias, o município de Taperoá, onde o artista nasceu, será o palco das últimas homenagens a esse grande poeta e compositor da música brasileira.