"Papai" (Intrínseca, R$ 69,90), da norte-americana Emma Cline vai contra a maré da ficção identitária do momento. Não há defesa contundente de etnias, nem libelos contra o machismo. O desalento é a principal característica dos personagens de Cline, que são brancos, boa parte vive na Califórnia, vêm de diversas camadas sociais e estão enfrentando momentos de dificuldade ou descoberta. A solidão é a maior companheira dessas pessoas em busca de sentido na vida, que sofrem com o fim da ingenuidade, choques culturais e a falta de entendimento entre as famílias, à medida que os filhos se tornam adultos.