Por: Affonso Nunes

Arte, história e resistência

A coletiva 'Entre a Terra e a Eternidade' reúne trabalhos das artistas Ana Maria Kariri, Camila Canela, Camila Sol, Carolina Potiguara, Emiliana Marajoara, Eva Tupinambá, Kaolin Maxakali, Mandacaru Karajá, Maria Karajá e Tapixi Guajajara | Foto: Divulgação

O Movimento Vozes do Mundo dá sequência ao seu Programa Artístico de 2025 com a abertura da exposição "Entre a Terra e a Eternidade", que estreia neste sábado (15) no Espaço Cultural Correios Niterói. A mostra coletiva celebra a força, a memória e a espiritualidade das mulheres indígenas, reunindo obras de dez artistas que resgatam e reinventam saberes ancestrais por meio da arte.

As artistas Ana Maria Kariri, Camila Canela, Camila Sol, Carolina Potiguara, Emiliana Marajoara, Eva Tupinambá, Kaolin Maxakali, Mandacaru Karajá, Maria Karajá e Tapixi Guajajara apresentam trabalhos que evocam memórias coletivas, resistência cultural e os ciclos de transformação que atravessam gerações de seus povos. A exposição entrelaça arte, história e resistência se entrelaçam, convidando o público a refletir sobre a relação com os povos originários e seus territórios.

"Nesta segunda edição do Vozes do Mundo, que busca ser um movimento plural e singular, destacamos a força e a resistência das mulheres indígenas. Aqui, a arte e a cultura se tornam ferramentas poderosas de diálogo e transformação social, amplificando suas vozes e reafirmando a importância de seus saberes. Acreditamos no potencial da arte para questionar, inspirar e reimaginar realidades", afirma Mariana Bahia, fundadora do movimento. "Nosso objetivo é criar um espaço de reflexão coletiva, conectando apoiadores de diversas áreas para fortalecer um entendimento sensível e profundo sobre a preservação da memória", reforça.

Além da mostra, o evento oferece oficinas e atividades que aprofundam a experiência do público. A oficina "Escritas da Terra: O grafismo indígena como releituras do amanhã", conduzida por Carolina Potiguara e Tapixi Guajajara, explora o grafismo como instrumento de identidade, comunicação e resistência, conectando os participantes às formas de expressão ancestrais. Já "Contos Amazônicos", experiência conduzida pela arte-educadora Emiliana Marajoara, resgata a tradição oral da Amazônia por meio da narração de lendas como Matinta Perera, Uirapuru e Luapê Jaçaña. A artista utiliza instrumentos tradicionais, como chocalhos e apitos, para criar uma ambientação que transporta o público a esse universo mitológico.

SERVIÇO

ENTRE A TERRA E A ETERNIDADE

Espaço Cultural Correios Niterói (Av. Visconde do Rio Branco, 481 - Centro)

De 15/3 a 26/4, de terça a sexta (11h às 18h) e sábado (13h às 18h)

Entrada franca