O espetáculo de dança "Isaura" retorna aos palcos cariocas para uma breve temporada gratuita. Serão três apresentações neste fim de semana: nesta sexta (2) no Museu da História e da Cultura Afro-Brasileira (MUHCAB), e no sábado e domingo 4 de maio, no Centro Coreográfico do Rio de Janeiro.
Idealizado pela bailarina e coreógrafa Aline Valentim, com direção artística de Cátia Costa, "Isaura" presta homenagem à trajetória de Isaura de Assis, bailarina, professora e coreógrafa que se tornou referência nas danças negras no Rio de Janeiro. A montagem reverencia a contribuição de Isaura para a constituição do campo estético, político e artístico das danças negras cariocas.
"É uma grande alegria e de suma importância poder continuar contando as nossas histórias. Falar de Isaura de Assis é tirar da invisibilidade uma trajetória belíssima e fundamental para o processo de formação cultural negra na cidade do Rio. Isaura de Assis foi uma mulher à frente de seu tempo, artista, sambista, politizada, sensível, criadora e empreendedora. Levar 'Isaura' aos palcos, além de um resgate histórico e ancestral, é também uma grande inspiração para as novas gerações e para o público em geral que se encanta em conhecer e passear pela história desta mulher tão marcante da cultura afrocarioca", destaca Aline Valentim.
O espetáculo conta com a participação de musicistas convidados e propõe um mergulho na vida e obra de Isaura de Assis, reforçando a luta contra o apagamento de seu legado. "O Rio precisa conhecer quem foi Isaura e seu legado precisa ser reafirmado, nos contextos das danças negras e performativas. Uma ancestral que desenha com o corpo e a alma, a leveza que era sua marca, como quem desenha no tempo-espaço a espiral de um passado muito presente", afirma Cátia Costa.
A ideia do espetáculo surgiu após um encontro entre Aline e Dona Isaura, intermediado por uma ex-aluna, que despertou o desejo de levar essa história aos palcos de forma profunda e substancial. A montagem também busca dar visibilidade a outras figuras importantes das artes e da dança, como Dona Mercedes Baptista e Mestre Dionísio.
"Quero somar nessa visibilidade, me colocar em cena como artista de uma outra geração, mas que está olhando para trás, igual a um pássaro Sankofa, para saber de onde vem e da importância de cada um de nós para reencontrar essa história e seguir fazendo nossa arte", afirma Aline.
Cátia Costa reforça a importância de levar o legado de Isaura adiante. "É muito importante pensar essa ancestralidade do samba, da dança afro, da dança contemporânea, através da nossa querida mestra Isaura de Assis, fazendo essa homenagem à essa artista que está no nosso tempo. Tem muitos 'filhos e filhas' dela presentes, trabalhando, que de uma certa forma conseguiram fazer um espetáculo que mostre um pouco da biografia dela", destaca.
SERVIÇO
ISAURA
2/5, às 18h30: Museu da História e da Cultura Afro-Brasileira - MUHCAB (Rua Pedro Ernesto, 80 - Gamboa)
3 e 4/5, às 18h30: Centro Coreográfico do Rio de Janeiro (Rua José Higino, 115 - Tijuca)
Entrada franca