Em sinergia com a Prefeitura, o evento vai homenagear talentos da prpdução nacional sob o crivo da fundação estrangeira de jornalistas
No dia 11 de janeiro, o Brasil vai estar na festa anual da Golden Globe Foundation, no Beverly Hilton, brigando por três prêmios com "O Agente Secreto", e, passados dois meses, em 18 de março, o evento - que congrega uma massa de quase 400 jornalistas de 90 países - finca os pés no Rio de Janeiro. Nessa data, o Copacaba Palace vai acolher uma cerimônia em homenagem ao cinema brasileiro, em sinergia com a Prefeitura de Eduardo Paes. O anúncio da gala - onde atrizes e atores de diferentes gerações serão homenageados - foi feito na manhã desta quarta, na Cinemateca do Museu de Arte Moderna (MAM), sob a apresentação do Secretário municipal de Cultura, Lucas Padilha, na presença do vice prefeito, Eduardo Cavaliere, e do produtor
Uri Singer, representante do Globo de Ouro, além do presidente da Riofilme, Leonardo Edde.
"Se fizer sucesso, esse evento vai se tornar um Golden Globe Latin America", disse Singer, que produziu cults como "Ruído Branco" (2022), de Noah Baumbach, que foi anunciado entre os potenciais convidados da festa do Copacabana Palace. "Queremos trazer Hollywood para cá. A ideia é que a nossa presidente, na Golden Globe Foundation, Helen Hoehne, visite a cidade e conheça as escolas de cinema".
Um dia depois de anunciar a volta do Rio Fashion Week, Eduardo Cavaliere diz que moda e cinema são eseenciais para o futuro da cidade na construção de uma imagem internacional.
"O Rio de Janeiro esta pronto para receber o mundo", diz Cavaliere.
Singer falou numa mudança na temporada de premiações que antecedem o Oscar com a mobilização da Golden Globe Foundation, que tomou as rédeas da tradicional consagração da imprensa num esforço artístico de reformulação, num momento em que sua gestora anterior, a Hollywood Foreign Press Association (HFPA), estrava em crise. Uma renovação se fez no prêmio.
Devassada por polêmicas na chegada dos anos 2020, a HFPA abriu suas portas em 1943, com o objetivo de estimular a circulação de notícias ligadas ao mais popular motel platônico do século XX – o cinema – para além dos muros dos Estados Unidos, tendo como principal chamariz de seu trabalho a organização de um prêmio anual: o tal Globo de Ouro. A primeira cerimônia em que a láurea foi concedida ocorreu em 1944, no estúdio 20th Century Fox, de olho nos magnatas da indústria. Seu primeiro vencedor foi “A Canção de Bernardette”, que conquistou vitórias nas disputas de Melhor Filme, Direção (Henry King) e Atriz (Jennifer Jones). Seu troféu – caracterizado por uma reprodução da esfera terrestre rodeada por uma película de filme cinematográfico – teve vários designers ao longo das últimas oito décadas. A versão distribuída atualmente pesa cerca de 3,5 quilos; é feita de latão, zinco e bronze; mede 11,5 polegadas, acoplando-se a uma base retangular, vertical, de notável elegância. De 1950 até 2022, guerras internas – de egos e de condutas profissionais questionadas em parâmetros éticos – quase levou a festa de entrega dessa estatueta à extinção, sob a acusação de abusos de poder, falta de representatividade (das populações negras, asiáticas, indígenas) e sexismo.
A ameaça de cancelamento reinou sob as cabeças da HFPA até uma revitalização, em 2023, já sob as engrenagens da Golden Globe Foundation. Essa lanternagem (ética e estética) dá ao contingente de profissionais de mídia envolvidos em sua realização a chance de abrir as atividades para 2026 abençoada por toda a Meca do entretenimento.
Com a reformulação, a composição de seus integrantes com direito a voto se ampliou pelo planisfério adentro, o que justifica o fato de uma leva de artistas na contramão dos algoritmos industriais estarem indicados.
"Há três anos mudamos nossa configuracão e passamos de 90 votantes para mais de 300 pessoas", orgulha-se Singer.