Cerca de onze meses depois de aplaudir a vitória de Fernanda Torres na conquista do Globo de Ouro, por “Ainda Estou Aqui”, o Brasil volta a emplacar concorrentes (e com fôlego para vencer) na corrida pela estatueta anual da associação de jornalistas estrangeiros especializados na produção audiovisual. “O Agente Secreto” e seu protagonista, Wagner Moura, estão no páreo do prêmio americano que, embora tenha um colegiado votante (formado por 400 repórteres de 95 países) distinto do rol de integrantes da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood, é um dos termômetros para o que veremos no Oscar de 2026, em março.
O anúncio oficial da Golden Globe Foundation, feito pela atriz Skye P. Marshall e pelo ator Marlon Wayans ao longo da manhã de segunda-feira, incluiu a produção pernambucana pilotada pelo diretor Kleber Mendonça Filho em três categorias: Melhor Filme de Língua Não Inglesa, Melhor Ator de Drama e Melhor Filme de Drama, num feito raro para a América Latina. O troféu será entregue no dia 11 de janeiro, no Beverly Hilton Hotel, na Califórnia, com a comediante Nikki Glaser como apresentadora.
Sucesso de bilheteria em circuito nacional, com quase um milhão de tíquetes vendidos, o longa-metragem de Kleber - que estará lá em Beverly Hills nessa data - já soma cerca de 30 prêmios e teve seu cacife ampliado depois de ganhar a capa de dezembro da revista “Cahiers du Cinéma”, Bíblia da cinefilia mundial desde a década de 1950. Seu thriller, ambientado em 1977, e centrado na luta pela vida de um professor e pesquisador de universidade pública (papel de Wagner) perseguido por assassinos, integra o ranking de Dez Melhores Filmes do Ano do periódico francês.
Desde o Festival de Cannes, em maio, onde ganhou quatro prêmios (Melhor Direção, Melhor Ator, Láurea da Crítica e Láurea da Associação de Salas de Cinema de Arte e Ensaio), “O Agente Secreto” é só alegria – e sala cheia - por onde passa, sobretudo no crivo de resenhistas. Rendeu a Wagner o Prêmio de Interpretação do Círculo de Críticos de Nova York na semana passada e, no domingo, faturou o prêmio de melhor filme em língua não inglesa do Los Angeles Critics Association Awards. No Globo de Ouro dos Estrangeiros, seus concorrentes são o sul-coreano “No Other Choice”, de Park Chan-wook; o rolo-compressor norueguês “Valor Sentimental”, de Joachim Trier, tratado como um campeão nato; o tunisiano “A Voz de Hindi Rajab”, de Kaouther Ben Hania; o espanhol “Sirât”, de Oliver Laxe; e “Foi Apenas Um Acidente”, do iraniano Jafar Panahi, que ganhou a Palma de Ouro deste ano e, se for ao Oscar, concorrerá pela França, sua coprodutora.
A trajetória de “O Agente Secreto” (já em exibição nos EUA) não deixa em nada a desejar à jornada vitoriosa que nosso cinema trilhou entre o segundo semestre de 2024 e março deste ano com “Ainda Estou Aqui”, de Walter Salles. São duas narrativas distintas, embora ambas se passem parcialmente na década de 1970 e deem ao regime militar de então uma abordagem crítica – cada um tratando a época à sua maneira.
Salles foi oscarizado em pleno carnaval. Contabilizou outros 78 prêmios, entre os quais o Grand Prix Fipresci de Melhor Filme do Ano, atribuído pela Federação Internacional de Imprensa Cinematográfica, durante o Festival de San Sebastián, na Espanha. Faturou US$ 36 milhões nas bilheterias internacionais e vendeu 5,8 milhões de ingressos no Brasil. Começou seu percurso com a indicação ao Leão de Ouro de Veneza, onde ganhou o troféu de Melhor Roteiro de um júri chefiado pela diva francesa Isabel Huppert do qual Kleber fazia parte. A mudança de seu status na chamada Oscar Season - a temporada de premiações que, de novembro a fevereiro, antecede a cerimônia anual da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood, aquecendo suas turbinas – se deu em 9 de dezembro do ano passado.
Naquela data, a atriz Mindy Kaling e o ator Morris Chestnut anunciaram o certame do Globo de Ouro de 2025. “Ainda Estou Aqui” foi listado entre os competidores ao título de Melhor Filme de Língua Não Inglesa e Fernanda Tores foi mencionada entre as estrelas que concorreriam à honraria de Melhor Atriz Dramática. O longa perdeu para o musical “Emilia Pérez”, do francês Jacques Audiard, mas Fernanda ganhou.
Kleber e sua produtora (e companheira) Emilie Lesclaux podem ter melhor chance tanto no Globo para as produções de idiomas que não sejam o Inglês, e na frente de Melhor Filme de Drama. Nessa vertente, o título com mais indicações não é americano, mas, sim, o supracitado “Valor Sentimental”, da Noruega - com oito indicações. Trata-se de uma história de amor triangular que envolve cinema, teatro e família. Um prestigiado documentarista escandinavo que um dia foi uma espécie de Bergman (vivido por Stellan Skarsgaard) procura sua filha, uma atriz teatral de tarimba (Renate Reinsve), com o projeto de uma ficção. O tal filme recria a morte da mãe da jovem. Na competição de Cannes, esse estudo sobre culpa, remorso e perdão de Joachim Trier ganhou o Grande Prêmio do Júri, a láurea de maior peso logo depois da Palma dourada. Diante desse histórico, a expectativa diante de seus feitos na caça aos Globos de Ouro são altas. Trier vem fazendo sucesso em solo americano com “Mais Forte Que Bombas” (2015) e “A Pior Pessoa do Mundo” (2021), que fez de Renate uma estrela no âmbito dramático.
Na dinâmica da Golden Globe Foundation, as categorias são blocadas entre Drama (que engloba ainda Ação e Terror) e Comédia/Musical. Curiosamente, o título que, no cômpito geral, mais nomeações recebeu, nove ao todo, é rotulado na premiação como expressão cômica, mas é um thriller: “Uma Batalha Após A Outra” (“One Battle After Another”). Dirigido por Paul Thomas Anderson, ele traz Leonardo DiCaprio no papel de um revolucionário aposentado que tenta proteger a filha (Chase Infiniti) de forças do governo. Chase concorre ao Globo de Melhor Atriz de Comédia e DiCaprio concorre ao de Melhor Ator Cômico. Na seara dos coadjuvantes, onde não há separação de gêneros, três outras de suas estrelas estão no páreo: Teyana Taylor, Benicio Del Toro e Sean Penn, arrasador na pele de um militar de extrema direita.
Seu realizador, Paul Thomas Anderson, desponta entre os indicados ao Globo de Melhor Direção. Graças a filmes como “Magnólia” (Urso de Ouro de 2000), “Embriagado de Amo” (Melhor Realização em Cannes, em 2002) e “Sangue Negro” (2007), ele é um queridinho da imprensa. Com isso, pavimenta muito bem seu novo trabalho sobre as futuras decisões da Golden Globe Foundation, que tomou as rédeas dessa tradicional consagração ao esforço artístico num momento em que sua gestora anterior, a Hollywood Foreign Press Association (HFPA), estrava em crise. Uma renovação se fez no prêmio.
Devassada por polêmicas na chegada dos anos 2020, a HFPA abriu suas portas em 1943, com o objetivo de estimular a circulação de notícias ligadas ao mais popular motel platônico do século XX – o cinema – para além dos muros dos Estados Unidos, tendo como principal chamariz de seu trabalho a organização de um prêmio anual: o tal Globo de Ouro. A primeira cerimônia em que a láurea foi concedida ocorreu em 1944, no estúdio 20th Century Fox, de olho nos magnatas da indústria. Seu primeiro vencedor foi “A Canção de Bernardette”, que conquistou vitórias nas disputas de Melhor Filme, Direção (Henry King) e Atriz (Jennifer Jones). Seu troféu – caracterizado por uma reprodução da esfera terrestre rodeada por uma película de filme cinematográfico – teve vários designers ao longo das últimas oito décadas. A versão distribuída atualmente pesa cerca de 3,5 quilos; é feita de latão, zinco e bronze; mede 11,5 polegadas, acoplando-se a uma base retangular, vertical, de notável elegância. De 1950 até 2022, guerras internas – de egos e de condutas profissionais questionadas em parâmetros éticos – quase levou a festa de entrega dessa estatueta à extinção, sob a acusação de abusos de poder, falta de representatividade (das populações negras, asiáticas, indígenas) e sexismo.
A ameaça de cancelamento reinou sob as cabeças da HFPA até uma revitalização, em 2023, já sob as engrenagens da Golden Globe Foundation. Essa lanternagem (ética e estética) dá ao contingente de profissionais de mídia envolvidos em sua realização a chance de abrir as atividades para 2026 abençoada por toda a Meca do entretenimento.
Com a reformulação, a composição de seus integrantes com direito a voto se ampliou pelo planisfério adentro, o que justifica o fato de um artista na contramão dos algoritmos industriais, como Jafar Panahi, estar entre os indicados ao prêmio de Direção. Antes da Palma de Cannes com “Foi Apenas Um Acidente”, ele recebeu o Leão de Ouro (em 2000, por “O Círculo”) e o Urso de Ouro (em 2015, por “Táxi Teerã”). Ganhou mais respeito do que já tinha quando peitou as autoridades iranianas que o prenderam por “ferir a dignidade da nação” (leia-se: expor seu machismo e suas brutalidades estatais) ao fazer uma greve de fome na prisão e ao fazer filmes de seu presídio domiciliar. Sua possível vitória na enquete da Golden Globe Foundation pode ampliar sua força para o Oscar.
Quanto a Wagner Moura, que começou a despontar no exterior depois da consagração de “Tropa de Elite” (2007) no Festival de Berlim de 2008 (de onde saiu com o Urso de Ouro), a presença no Globo de Ouro não é novidade. Ele concorreu antes, em 2016, pela série da Netflix “Narcos”. Seu maior rival é Michael B. Jordan, que se divide em dois papéis (irmãos gêmeos) em “Pecadores”, um sucesso de bilheteria de Ryan Coogler, o pilar antirracista por trás de “Pantera Negra” (2018). Jordan encara dois malandros que abrem um bar nos Estados Unidos da Lei Seca – e da Ku Klux Klan – sem imaginar a presença de vampiros no local. Tais sugadores de sangue servem, no longa, de metáfora para a intolerância racial.
O êxito comercial do cinema de horror em 2025 foi valorizado nas indicações da Golden Globe Foundation para além de “Pecadores”. O destaque inusitado da premiação é “A Hora do Mal” (“Weapons”), de Zach Cregger, longa orçado em US$ 38 milhões, que faturou uma baba (US$ 268,2 milhões), e concorre aos prêmios de Melhor Blockbuster e Melhor Atriz Coadjuvante, numa revalorização da sumida Amy Madigan, tenebrosa no papel de uma bruxa.
O Globo de Ouro tem esse papel: impulsionar iniciativas que captaram corações e mentes.
OS INDICADOS AO GLOBO DE OURO 2026
CINEMA
MELHOR FILME DE DRAMA
- "Frankenstein"
- "Hamnet"
- "Foi Apenas Um Acidente"
- "O Agente Secreto"
- "Valor Sentimental"
- "Pecadores"
MELHOR FILME DE COMÉDIA OU MUSICAL
- "Bugonia"
- "Blue Moon"
- "Marty Supreme"
- "No Other Choice"
- "Nouvelle Vague"
- "Uma Batalha Após a Outra"
MELHOR FILME EM LÍNGUA ESTRANGEIRA
- "Foi Apenas Um Acidente" (França)
- "No Other Choice" (Coreia do Sul)
- "O Agente Secreto" (Brasil)
- "Valor Sentimental" (Noruega)
- "Sîrat" (Espanha)
- "The Voice of Hind Rajab" (Tunísia)
MELHOR ATOR DE DRAMA
- Joel Edgerton, por "Sonhos de Trem"
- Oscar Isaac, por "Frankenstein"
- Dwayne Johnson, por "Coração de Lutador"
- Michael B. Jordan, por "Pecadores"
- Wagner Moura, por "O Agente Secreto"
- Jeremy Allen White, por "Springsteen"
MELHOR ATRIZ DE DRAMA
- Jessie Buckley, por "Hamnet"
- Jennifer Lawrence, por "Morra, Amor"
- Renate Reinsve, por "Valor Sentimental"
- Julia Roberts, por "Depois da Caçada"
- Tessa Thompson, por "Hedda"
- Eva Victor, por "Sorry, Baby"
MELHOR ATOR DE COMÉDIA/MUSICAL
- Timothée Chalamet, por "Marty Supreme"
- George Clooney, por "Jay Kelly"
- Leonardo DiCaprio, por "Uma Batalha Após a Outra"
- Ethan Hawke, por "Blue Moon"
- Jesse Plemons, por "Bugonia"
- Lee Byung-hun, por "No Other Choice"
MELHOR ATRIZ DE COMÉDIA/MUSICAL
- Rose Byrne, por "Se Eu Tivesse Pernas, Eu Te Chutaria"
- Cynthia Erivo, por "Wicked: Parte 2"
- Kate Hudson, por "Song Sung Blue - Um Sonho a Dois"
- Chase Infiniti, por "Uma Batalha Após a Outra"
- Amanda Seyfried, por "O Testamento de Ann Lee"
- Emma Stone, por "Bugonia"
MELHOR ATOR COADJUVANTE
- Benicio del Toro, por "Uma Batalha Após a Outra"
- Jacob Elordi, por "Frankenstein"
- Paul Mescal, por "Hamnet"
- Sean Penn, por "Uma Batalha Após a Outra"
- Adam Sandler, por "Jay Kelly"
- Stellan Skarsgard, por "Valor Sentimental"
MELHOR ATRIZ COADJUVANTE
- Elle Fanning, por "Valor Sentimental"
- Ariana Grande, por "Wicked: Parte 2"
- Inga Ibsdotter Lilleaas, por "Valor Sentimental"
- Amy Madigan, por "A Hora do Mal"
- Teyana Taylor, por "Uma Batalha Após a Outra"
- Emily Blunt, por "Coração de Lutador"
MELHOR DIRETOR
- Paul Thomas Anderson, por "Uma Batalha Após a Outra"
- Ryan Coogler, por "Pecadores"
- Guillermo Del Toro, por "Frankenstein"
- Jafar Panahi, por "Foi Apenas Um Acidente"
- Joachim Trier, por "Valor Sentimental"
- Chloé Zhao, por "Hamnet"
MELHOR ROTEIRO
- "Hamnet"
- "Foi Apenas Um Acidente"
- "Marty Supreme"
- "Uma Batalha Após a Outra"
- "Pecadores"
- "Valor Sentimental"
MELHOR FILME DE ANIMAÇÃO
- "Arco"
- "Demon Slayer: Kimetsu no Yaiba - Castelo Infinito"
- "Elio"
- "Guerreiras do K-Pop"
- "Little Amélie or the Character of Rain"
- "Zootopia 2"
MELHOR TRILHA SONORA
- "Frankenstein"
- "Hamnet"
- "Sirât"
- "Pecadores"
- "Uma Batalha Após a Outra"
- "F1: O Filme"
MELHOR CANÇÃO ORIGINAL
- "Dream as One," de "Avatar: Fogo e Cinzas"
- "Golden," de "Guerreiras do K-Pop"
- "I Lied to You", de "Pecadores"
- "No Place Like Home", de "Wicked: Parte 2"
- "The Girl in the Bubble", de "Wicked: Parte 2"
- "Train Dreams", de "Sonhos de Trem"
MELHOR FILME BLOCKBUSTER
- "Avatar: Fogo e Cinzas"
- "F1: O Filme"
- "Guerreiras do K-Pop"
- "Missão: Impossível - O Acerto Final"
- "Pecadores"
- "Zootopia 2"
- "A Hora do Mal"
- "Wicked: Parte 2"
TELEVISÃO
MELHOR SÉRIE DE DRAMA
- "A Diplomata"
- "The Pitt"
- "Pluribus"
- "Ruptura"
- "Slow Horses"
- "The White Lotus"
MELHOR SÉRIE DE COMÉDIA
- "Abbott Elementary"
- "O Urso"
- "Hacks"
- "Ninguém Quer"
- "Only Murders in the Building"
- "O Estúdio"
MELHOR MINISSÉRIE
- Adolescence
- All Her Fault
- The Beast in Me
- Black Mirror
- Dying for Sex
- The Girlfriend
MELHOR ATRIZ EM SÉRIE DE DRAMA
- Kathy Bates, "Matlock"
- Britt Lower, "Ruptura"
- Helen Mirren, "Mobland"
- Bella Ramsey, "The Last of Us"
- Keri Russell, "A Diplomata"
- Rhea Seehorn, "Pluribus"
MELHOR ATOR EM SÉRIE DE DRAMA
- Sterling K. Brown, Paradise
- Diego Luna, Andor
- Gary Oldman, Slow Horses
- Mark Ruffalo, Task
- Adam Scott, Severance
- Noah Wyle, The Pitt
MELHOR ATOR COADJUVANTE
- Owen Cooper, Adolescence
- Billy Crudup, The Morning Show
- Walton Goggins, The White Lotus
- Jason Isaacs, The White Lotus
- Tramell Tillman, Severance
- Ashley Walters, Adolescence
MELHOR ATRIZ COADJUVANTE EM SÉRIE
- Carrie Coon, "The White Lotus"
- Erin Doherty, "Adolescência"
- Hannah Einbinder, "Hacks"
- Catherine OHara, "O Estúdio"
- Parker Posey, "The White Lotus"
- Aimee Lou Wood, "The White Lotus"
MELHOR ATRIZ EM SÉRIE DE COMÉDIA
- Kristen Bell, Nobody Wants This
- Ayo Edebiri, The Bear
- Selena Gomez, Only Murders in the Building
- Jenna Ortega, Wednesday
- Jean Smart, Hacks
- Natasha Lyonne, Poker Face
MELHOR ATOR EM SÉRIE DE COMÉDIA
- Adam Brody, "Ninguém Quer"
- Steve Martin, "Only Murders in the Building"
- Glen Powell, "Chad Powers"
- Seth Rogen, "O Estúdio"
- Martin Short, "Only Murders in the Building"
- Jeremy Allen White, "O Urso"
MELHOR ATRIZ DE MINISSÉRIE
- Claire Danes, The Beast in Me
- Rashida Jones, Black Mirror
- Amanda Seyfried, Long Bright River
- Sarah Snook, All Her Fault
- Michelle Williams, Dying for Sex
- Robin Wright, The Girlfriend
MELHOR ATOR EM MINISSÉRIE
- Jacob Elordi, "O Caminho Estreito para os Confins do Norte"
- Paul Giamatti, "Black Mirror"
- Stephen Graham, "Adolescência"
- Charlie Hunnam, "Monstro: A História de Ed Gein"
- Jude Law, "Black Rabbit"
- Matthew Rhys, "O Monstro em Mim"
MELHOR PERFORMANCE DE STAND-UP
- Bill Maher, "Bill Maher: Is Anyone Else Seeing This?"
- Brett Goldstein, "Brett Goldstein: The Second Best Night of Your Life"
- Kevin Hart, "Kevin Hart: Acting My Age"
- Kumail Nanjiani, "Kumail Nanjiani: Night Thoughts"
- Ricky Gervais, "Ricky Gervais: Mortality"
- Sarah Silverman, "Sarah Silverman: Postmortem"
MELHOR PODCAST
- "Armchair Expert With Dax Shepard"
- "Call Her Daddy"
- "Good Hang With Amy Poehler"
- The Mel Robbins Podcast"
- "Smartless"
- "Up First"