A INCRÍVEL MULHER DAS NEVES ("L'Incroyable Femme des Neiges"), de Sébastien Betbeder (França): Blanche Gardin vive uma fase extraordinária em sua consagração como atriz na Europa. Nesta produção sufocante, ela vive a exploradora Coline, que acumula roubadas depois de embarcar em uma expedição ao Ártico por conta de um coração partida. Entre os perrengues que passa, inclua a saborosa experiência de dormir em um bloco de gelo e a luta com um urso. Onde: Multiplex Playarte Marabá, 12h.
FOLHA SECA (“Dry Leaf”), de Alexandre Koberidze (Geórgia): Ganhador do Prêmio da Crítica do Festival de Locarno, onde recebeu ainda uma menção honrosa do júri oficial, essa aventura metafísica parte do sumiço de uma fotógrafa. A última informação que se tem da moça é que ela estava fotografando estádios de futebol rurais em aldeias georgianas. Seu pai, Irakli, parte em busca da garota, viajando de um lugar para outro. O melhor amigo da jovem, que é considerado uma pessoa invisível (literalmente), também parte para ajudar, neste estudo sobre a atomização de subjetividades. Onde: Cinemateca, 14h.
HOMEBOUND, de Neeraj Ghaywan (Índia): Unha e carne desde os bancos do liceu, Chandan Kumar (o ótimo Vishal Jethwa) e Mohammed Shoaib (Ishaan Khatter) são a bússola deste estudo sobre parcerias em ambientes de escassez financeira. A covalência da amizade é plena entre eles, numa lealdade inquebrantável. O companheirismo que os aproxima - e jamais chega a ser arranhado, nem com a pandemia da covid-19 - é o eixo afetivo que areja a frequência etnográfica da ficção de Neeraj, consagrado por “Masaan” (2015). A volta dele às telas lavra o arado do chamado “heroísmo do rendimento” – estrutura dramática herdada da literatura do século XIX, na qual a jornada passa por entreveros econômicos - com sementes de melodrama. A pobreza abate-os, mas não os separa. Onde: Cinemateca, 16h15.