Hollywood entrega seu Oscar deste ano no dia 2 de março (domingo de carnaval), no Dolby Theatre, em Los Angeles, mas há outras premiações de molde similar ao da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos EUA - só que europeias - para serem realizadas antes, como o Goya, da Espanha. Neste sábado, o Palacio de Exposiciones y Congresos, de Granada, acolhe a 39ª edição da mais importante honraria audiovisual da Península Ibérica, território natal de um dos mais prestigiados festivais do mundo, o de San Sebastián. "Ainda Estou Aqui", de Walter Salles, está no páreo.
Com 4 milhões de ingressos vendidos em circuito nacional (e receita global de quase US$ 20 milhões), a adaptação para as telas do romance homônimo de Marcelo Rubens Paiva disputa a láurea de Melhor Filme Ibero-americano. É a primeira vez do Brasil nesse páreo, no qual a Argentina tem sido soberana desde 1987, quando o troféu espanhol começou a ser entregue. Nuestra vecina de América do Sul soma 19 vitórias por lá e volta ao certame agora com "Matem O Jóquei!", de Luis Ortega.
Salles disputa ainda com "Agarra-me Forte", de Ana Guevara e Leticia Jorge (Uruguai); "O Lugar da Outra", de Maite Alberdi (Chile); e "Memórias De Um Corpo Ardente", de Antonella Sudassi Furniss (Costa Rica). Quem ganhar leva para sua casa um troféu em forma de busto do pintor Francisco José de Goya y Lucientes (1746 -1828), esculpido em bronze pelo artista plástico José Luis Fernández.
Todo ano, o cinema brasileiro inscreve um representante atrás de um Goya para chamar de seu, incluindo cults como "A Febre do Rato" (2011) e "Bacurau" (2019). O mais perto que o país esteve de uma vitória foi com Carlinhos Brown, laureado com o prêmio de Melhor Canção por "Zambie Mameto" (composta em duo com Mateus), da trilha de "Milagre do Candeal". Rodado na Bahia pelo madrilenho Fernando Trueba, a produção, centrada no projeto social de Brown, em Salvador, venceu ainda na categoria Melhor Documentário - mas é um filme espanhol.
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