Por: Affonso Nunes

Ancestralidade que reconecta histórias silenciadas

Em suas pinturas, Caio Truci leva o expectador à intimidade de sua fé. Seus trabalhos pretendem enaltecer um povo que, historicamente no Brasil e em outras partes do mundo, foi massacrado e escravizado | Foto: Divulgação

O artista plástico Caio Truci apresenta a exposição "Onã Omin" - expressão iorubá que significa Caminho das Águas - na Casa de Cultura Laura Alvim. A mostra propõe um diálogo entre passado e presente ao retratar os orixás sob diferentes perspectivas, conectando a ancestralidade afrobrasileira ao mundo contemporâneo.

Mais do que um resgate estético, "Onã Omin" reflete a trajetória de um povo marcado pela opressão, mas cuja fé e religiosidade permaneceram como legado essencial, uma ferramenta de resistência. As obras evocam figuras fundamentais na formação da sociedade brasileira no período pós-escravidão, destacando personalidades que dedicaram a vida ao culto dos orixás.

Para Caio Truci, ancestralidade não se resume à origem genealógica. "Ela se manifesta como uma semente plantada por gerações passadas e colhida pelos descendentes", define. Acrescenta que sua arte busca reconstruir uma identidade distorcida ao longo da história, resgatando narrativas silenciadas.

Com curadoria de Carlos Bertão, produção da EntreArte Consultoria e design expográfico de Alê Teixeira, a exposição fica em cartaz desta quarta-feira aaté 20 de abril.

Carioca, Caio Truci é arquiteto de formação, mas desde os 14 anos dedica-se às artes plásticas. Autodidata, aprimorou sua técnica ao longo dos anos, desenvolvendo um trabalho que transita entre desenho e pintura, sempre permeado por uma forte conexão com sua fé.

Seu trabalho enaltece a diáspora africana e suas resistências, dando voz a um povo historicamente oprimido.

SERVIÇO

ONÃ OMIN

Casa de Cultura Laura Alvim (Av. Vieira Souto, 176 - Ipanema)

De 18/2 a 20/4, de terça a domingo (13h às 22h)

Entrada franca