O Museu Nacional de Belas Artes (MNBA) segue em obras, com previsão de reabertura no segundo semestre deste ano. Enquanto isso parte do acervo da instituição pode ser visto na galeria do Espaço Cultural BNDES que abriga a exposição "Pretagonismos", um recorte do precioso acervo do MNBA que reúne 105 obras de 59 artistas, 46 negros e 13 brancos, que retratam pessoas negras, para apresentar o protagonismo do artista negro neste acervo, que é um dos principais depositários do patrimônio artístico do país. O trabalho mais antigo data do fim do século 18 e o mais recente, de 2023.
O corpo curatorial da mostra - Amauri Dias, Ana Teles da Silva, Cláudia Rocha e Reginaldo Tobias de Oliveira, todos da equipe permanente do MNBA - quer frisar as trajetórias de luta, resiliência, transgressão e heroísmo desses negros em uma sociedade que ainda hoje é varada pelo racismo.
A exposição sela o recente acordo de cooperação técnica entre o banco e o museu, que está em reforma física e conceitual desde o segundo semestre de 2019.
"Essa exposição 'Pretagonismos' é emblemática, pois desafia e questiona os padrões de representação e coloca artistas negros no protagonismo da arte e da história. Tudo isso é motivo de orgulho para o BNDES, que busca promover uma sociedade mais justa e diversa," diz Aloisio Mercadante, presidente do BNDES.
"Esta mostra é mais um passo significativo na construção de uma narrativa inclusiva e justa no panorama artístico nacional que, diante das urgências contemporâneas, evidencia fissuras, forçando o olhar para uma noção de beleza e de poética mais integrativa", destaca Daniela Matera, diretora do MNBA.
Até chegar à concepção desta exposição, os curadores aprofundaram a pesquisa que começou em 2018, com a mostra Das galés às galerias: representações e protagonismos do negro no acervo do MNBA, em que múltiplas interpretações do negro e do legado afro-brasileiro vão se constituindo na construção desta nação.
"Queremos avançar no protagonismo de artistas negros, muitas vezes invisibilizados pelas instituições. Com 'Pretagonismos', aprofundamos a pesquisa sobre os protagonismos negros neste museu de origem acentuadamente eurocentrada", diz o texto da curadoria, que organizou o percurso da exposição em núcleos não cronológicos: Mestres negros pioneiros; Nas brechas das representações: imagens e trajetórias de negros no acervo do Museu Nacional de Belas Artes; Entre a cátedra e o cativeiro: professores negros; Estevão Silva: transgressões e prenúncios da modernidade no MNBA e Decolonialidade em perspectiva: um olhar sobre os artistas negros.
SERVIÇO
PRETAGONISMOS
Espaço Cultural BNDES (Av. Chile 100 - Centro)
Até 14/2/2025, de segunda a sexta (10h às 19h) | Entrada franca