Por: Reynaldo Rodrigues - BSB

58º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro celebra 60 anos e divulga seleção oficial dos filmes

Criação do anexo do Cine Brasília foi um dos destaques anunciados na coletiva | Foto: Reynaldo Rodrigues

Na manhã desta quarta-feira (20), o Cine Brasília foi palco da abertura do 58º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, que ocorrerá entre os dias 2 e 12 de setembro. A edição, que comemora os 60 anos de existência do Festival, traz novidades na programação e a presença de artistas renomados.

A contagem regressiva começou com a revelação dos 80 filmes selecionados, que serão distribuídos em seis mostras: Competitiva Nacional, Mostra Brasília e quatro mostras paralelas.

Presente no evento, o Secretário de Estado de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal, Cláudio Abrantes, não escondeu o entusiasmo em apresentar o Festival, que, segundo ele, coloca Brasília em posição de protagonismo, ainda mais ocorrendo no mesmo período que outros festivais da mesma categoria, como o Festival de Cinema de Gramado.

"Sempre foi uma proposta nossa recolocar o Festival em setembro, mesma época das mostras paralelas do mesmo segmento. Trata-se de um festival mais longevo do Brasil, com uma história belíssima, ligada a questões de Brasília, do país e da democracia. É um motivo de muita alegria receber o evento na nossa cidade", afirmou.

O secretário também ressaltou a importância da continuidade administrativa: “A partir de uma inovação jurídica, conseguimos firmar um contrato de três anos, que nos dá mais planejamento e mais recursos para o audiovisual no DF."

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Secretário de Estado de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal | Foto: Reynaldo Rodrigues

Novidades para o Cine Brasília

Aproveitando a presença no evento, o secretário apresentou um concurso em parceria com o Instituto de Arquitetos do Brasil, que visa selecionar um projeto para a construção de um anexo — idealizado desde a criação do Cine Brasília — que abrigará a administração do Cine e a cinemateca.

"Ainda em fase de conversa, mas ao ver o nome da sala de cinema, Vladimir Carvalho me faz pensar que esse novo anexo também possa abrigar o acervo do artista homenageado aqui", disse Cláudio Abrantes.

Grande homenageada

A programação inclui momentos simbólicos, como a exibição em cópia 4K de São Paulo S/A e de A Falecida, filme que rendeu a Fernanda Montenegro seu primeiro Troféu Candango de Melhor Atriz, em 1965. Seis décadas depois, a atriz retorna como grande homenageada, recebendo o primeiro Troféu Candango de Conjunto da Obra.

“Fernanda representa a essência da nossa dramaturgia e a força do Festival”, ressaltou a diretora-geral do evento, Sarah Rocha. Reconhecida como o maior ícone vivo da arte brasileira, Fernanda Montenegro já participou de mais de 15 edições e cerca de 35 filmes, consolidando uma relação profunda com o Festival.

A abertura, no dia 12, contará com a exibição de O Agente Secreto, nova obra de Kleber Mendonça Filho, que, segundo os realizadores, teve ingressos esgotados em questão de minutos. O longa é estrelado por Wagner Moura e premiado em Cannes e Lima. O encerramento será marcado por A Natureza das Coisas Invisíveis, de Rafaela Camelo, que circulou por festivais internacionais e conquistou prêmios, incluindo o de Melhor Filme do Júri Infantil no Uruguai.

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Fernanda Montenegro, a grande homenageada do Festival | Foto: PAULO BELOTE / Reprodução

No total, 1.702 filmes foram inscritos, sendo 1.396 curtas e 306 longas. Os selecionados para as mostras competitivas nacionais receberão R$ 30 mil (longas) e R$ 10 mil (curtas). Já a Mostra Brasília distribuirá quase R$ 300 mil em prêmios, valor 24% superior ao do ano passado. “É uma forma de fortalecer a produção audiovisual e valorizar a qualidade técnica e artística das obras A Câmara cada dia mais entende a importância do audiovisual da Capital do país”, explicou Claudinei Pirelli, representante do Comitê Gestor do Troféu CLDF.

Mostra Competitiva Nacional – LONGAS

Morte e Vida Madalena, de Guto Parente (CE)
Xingu à Margem, de Wallace Nogueira e Arlete Juruna (BA)
Quatro Meninas, de Karen Suzane (RJ)
Corpo da Paz, de Torquato Joel (PB)
Aqui Não Entra Luz, de Karol Maia (MG)
Assalto à Brasileira, de José Eduardo Belmonte (SP)
Futuro Futuro, de Davi Pretto (RS)

Mostra Competitiva Nacional – CURTAS

Logos, de Britney (RS)
Safo, de Rosana Urbes (SP)
Dança dos Vagalumes, de Maikon Nery (PR)
Faísca, de Bárbara Matias Kariri (AC)
Laudelina e a Felicidade Guerreira, de Milena Manfredini (RJ)
Boi de Salto, de Tássia Araújo (PI)
Couraça, de Susan Kalik e Daniel Arcades (BA)
A Pele do Ouro, de Marcela Ulhoa e Yare Perdomo (RR)
Cantô Meu Alvará, de Marcelo Lin (MG)
Ajude Os Menor, de Janderson Felipe e Lucas Litrento (AL)
Replika, de Piratá Waurá e Heloisa Passos (MT)
Fogo Abismo, de Roni Sousa (DF)

MOSTRA BRASÍLIA – LONGAS


Vozes e Vãos, de Edileuza Penha de Souza & Edymara Diniz
Mil Luas, de Carina Bini
Maré Viva Maré Morta, de Claudia Daibert
A Última Noite da Rádio, de Augusto Borges
Menino Quem Foi Seu Mestre?, de Rafael Ribeiro Gontijo e Sandra Bernardes

MOSTRA BRASÍLIA – CURTAS

Notas Sobre a Identidade, de Marisa Arraes
Dizer Algo Sobre Estar Aqui, de Vaga-mundo: poéticas nômades
O Bicho Que Eu Tinha Medo, de Jhonatan Luiz
A Brasiliense, de Gabmeta
O Fazedor de Mirantes, de Betânia Victor e Lucas Franzoni
Rainha, de Raul de Lima
Terra, de Leo Bello
Dois Turnos, de Pedro Leitão
Três, de Lila Foster
O Cheiro do Seu Cabelo, de Clara Maria Matos
Rocha: Substantivo Feminino, de Larissa Corino e Patrícia Meschick

MOSTRA CALEIDOSCÓPIO
Nosferatu, de Cristiano Burlan
Palco Cama, de Jura Capela
Atravessa Minha Carne, de Marcela Borela
Uma Baleia Pode Ser Dilacerada Como Uma Escola de Samba, de Marina Meliande, de Felipe M. Bragança
Nimuendajú, de Tania Anaya

MOSTRA FESTIVAL DOS FESTIVAIS

Cais, de Safira Moreira
A Mulher Sem Chão, de Auritha Tabajara e Débora McDowell
Vasta Natureza de Minha Mãe, de Aristótelis Tothi e Inez dos Santos
As Travessias de Letieres Leite, de Iris de Oliveira e Day Sena

MOSTRA COLETIVAS IDENTIDADES

Pau d’Arco, de Ana Aranha
Notas Sobre um Desterro, de Gustavo Castro
A Voz de Deus, de Miguel Antunes Ramos

MOSTRA HISTÓRIA(S) DO CINEMA BRASILEIRO

Relâmpagos de Críticas Murmúrios de Metafísicas, de Julio Bressane e Rodrigo Lima
Os Ruminantes, de Tarsila Araújo e Marcelo Mello
Anti-heróis do Udigrudi Baiano, de Henrique Dantas

SESSÕES ESPECIAIS

Sérgio Mamberti – Memórias do Brasil, de Evaldo Mocarzel
Para Vigo Me Voy, de Lírio Ferreira e Karen Harley
O Nordeste sob a Caravana Farkas, de Arthur Lins e André Moura Lopes
Hora do Recreio, de Lúcia Murat (Prêmio Leila Diniz)
Ontem, Hoje e Amanhã e O Cego Estrangeiro, de Marcius Barbieri
O Socorro Não Virá, de Cibele Amaral

60 ANOS DO FESTIVAL DE BRASÍLIA

São Paulo SA, de Luiz Sérgio Person
A Falecida, de Leon Hirszman
Vinil Verde; Noite de Sexta Manhã de Sábado; e Recife Frio, de Kleber Mendonça Filho

CLÁSSICOS BRASILEIROS

Terceiro Milênio, de Jorge Bodanzky e Wolf Gauer
A Lenda de Ubirajara, de André Luiz Oliveira
Viramundo, Geraldo Sarno; Nossa Escola de Samba, Manuel Horacio Giménez; Hermeto, Campeão, de Thomaz Farkas

HOMENAGEM A JEAN-CLAUDE BERNARDET

Mensagem de Sergipe
O Homem do Fluxo
Vim e Irei como uma Profecia
Homenagem a Kiarostami

FESTIVALZINHO

Quando A Gente Menina Cresce, de Neli Mombelli
Hacker Leonilia, de Gustavo Fontele Dourado
Notícias da Lua, de Sérgio Azevedo
A História de Ayana, de Cristiana Giustino e Luana Dias
Seu Vô e a Baleia, de Mariana Elisabetsky
Baú, de Matheus Seabra e Vinicius Romadel