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Dia de Iemanjá: Um domingo de celebração à rainha do mar

Imagens da celebração do Dia de Iemanjá do ano passado, que reuniu 25 mil pessoas na Praia do Arpoador | Foto: Thais Brum/Divulgação

Após reunir mais de 25 mil pessoas na sua segunda edição, em 2024, o Dia de Iemanjá do Arpoador receberá o público carioca e as suas oferendas neste domingo (2), das 8h às 22h, no Arpoador. Já estão confirmadas atrações como o Afoxé Filhos de Gandhi, Samba de Caboclo e Pretinho da Serrinha, Nina Rosa, Ogan Bangbala, Jongo do Vale do Café, Tião Casemiro, Ogan Kotoquinho, Pai Dário, Samba Jongo, Mingo Silva, Companhia de Aruanda, Orin Dudu, Ilê Axé Onixêgun e Marcos André, o idealizador da celebração, além da Feira Crespa.

Na véspera, dia 1, a partir das 18h, haverá a Lavagem do Arpoador, sob a liderança do Afoxé Filhos de Gandhi, pioneiros na entrega de presente a Iemanjá na cidade, seguido do Bloco afro tradicional de Madureira, Lemi Ayó. A tradição religiosa vai se unir à tradição local. Os surfistas que há muitos anos frequentam a praia aceitaram o convite para entrar no mar com flores em oferendas, às 17h. Ao mesmo tempo, 150 filhos umbandistas de dez terreiros e de umbanda da região metropolitana do Rio vão abrir as giras nas areias do Arpoador, dando passes em quem quiser receber o axé.

Todo o ritual de oferendas do Dia de Iemanjá no Arpoador é liderado pelo lendário Mestre Bangbala, aos 105 anos, o Ogan mais antigo do país em atividade e patrono do evento, juntamente com Pai Dário, descendente da Casa Branca, primeira casa de candomblé do Brasil e um dos líderes do jongo do Morro da Serrinha. Eles serão acompanhados por Marcos André, de família umbandista e de Mãe Maria da Paz, mãe de santo do Quilombo São José, em Valença.

"Além de promover a integração entre pessoas de todos os credos, cores e regiões da cidade e enaltecer a cultura de matriz africana tão poderosa e ao mesmo tempo tão atacada, o evento vai gerar mais empregos e divisas para a cidade através do turismo, com potencial de se tornar um dos maiores eventos do calendário do Rio. Em Salvador, o dia de Iemanjá atrai cerca de 500 mil turistas e movimenta mais de R$ 400 milhões. O poder público e as empresas do Rio têm que abrir os olhos para esse enorme potencial econômico, além de promover de forma tão potente os nossos patrimônios imateriais", afirma Marcos André.

A partir das 8h para a concentração do cortejo, aos pés da estátua do Tom Jobim, que sairá às 9h em ponto com as oferendas para Iemanjá, liderado por representantes das casas de umbanda e candomblé de origens centenárias e de cerca de 300 artistas de grupos de afoxé, jongo e samba.

Em seguida, será aberta uma Roda de Tambor ao lado da Pedra do Arpoador, com pontos de candomblé cantados pelo Mestre OganBangbala e pelo Pai Dário, do Ilê Axé Onixêgun e do grupo Orin Dudu.

Logo depois, o afoxé vai brilhar, com os grupos Filhas de Ghandy, Afoxé Ore Lailai e Ogan Kotoquinho, Roda de jongo com os quilombos do Jongo do Vale do Café acompanhados da Companhia de Aruanda do jongo do Morro da Serrinha, que convidarão o público para dançar muito samba de roda, jongo, ciranda e afoxé à beira mar. A partir das 15h, um festival de cantores de umbanda e a presença de giras de dez terreiros da Zona Norte do Rio vão dar passes e rezas aos presentes.

O Jongo do Vale do Café vai descer a serra para apresentar mais de 150 anos de história dos quilombos da região, berço do jongo, na festa. "O jongo é considerado o pai do samba carioca e o Jongo do Vale do Café o celeiro dos grupos de jongo mais antigos do país", explica Marcos André.

Após as rodas, o célebre cantor de umbanda Tião Casemiro vai entoar pontos de umbanda acompanhado pela sua orquestra de tambores e da DJ Bieta.

O final do evento terá uma roda de samba, prevista para começar às 19h, em um palco montado ao lado da Pedra do Arpoador, com a apresentação do espetáculo Samba Jongo, com os sambistas Nina Rosa, Mingo Silva, Marcos André e Samba de Caboclo com a participação especial do Pretinho da Serrinha.