A recuperação do Museu de Arte Sacra, situado na histórica Igreja de Nossa Senhora da Lapa e Boa Morte, em Angra dos Reis-RJ, está com os estudos preliminares em andamento. Atualmente, a preservação do espaço é acompanhada pela prefeitura que realiza vistorias periódicas desde o início de 2025. O monitoramento inclui análise de possíveis impactos provocados por chuvas.
O planejamento das obras de recuperação começou no início de abrir, e engloba melhorias estruturais, além de novos revestimentos e acabamentos. No último dia 14 de maio, a Secretaria Municipal de Defesa Civil interditou o imóvel, em caráter preventivo, visando garantir a segurança dos servidores e a integridade do acervo.
- A decisão de interditar foi técnica e preventiva. Nosso papel é zelar pela segurança das pessoas e pela preservação do acervo. Estamos atuando de forma integrada para que essa etapa de requalificação ocorra com responsabilidade e compromisso com o patrimônio da cidade - afirmou Fábio Jr., secretário de Proteção e Defesa Civil.
Os profissionais que atuavam no local foram realocados para outros espaços geridos pela Secretaria de Cultura, enquanto o acervo foi cuidadosamente transferido.
- As intervenções previstas fazem parte de um plano de revitalização que busca garantir a estabilidade estrutural do imóvel, a modernização dos sistemas internos e a conformidade com as normas técnicas. Nosso objetivo é preservar a integridade física do bem tombado, assegurando sua funcionalidade como equipamento cultural - explicou Sérgio Henrique Costa dos Santos, secretário executivo de Habitação e Regularização Fundiária, da Secretaria de Obras.
A reforma do Museu de Arte Sacra reafirma a importância de preservar a memória coletiva de Angra dos Reis.
- Preservar o Museu de Arte Sacra é preservar a memória viva de Angra dos Reis. Essa edificação é mais do que um ponto turístico: é um testemunho da fé, da cultura e da trajetória do nosso povo. Cada elemento arquitetônico, cada peça do acervo, carrega significados que transcendem o tempo - comentou Mauro Nask, Superintendente de Patrimônio Histórico.
Igreja da Lapa e da Boa Morte
A capela que hoje sedia o museu foi erguida em 1752 por Baltazar Mendes de Araújo, como cumprimento de uma promessa feita a Nossa Senhora da Lapa. Em 1826, passou a ser utilizada pela Irmandade dos Homens Pardos de Nossa Senhora da Boa Morte, ganhando a denominação de Capela de Nossa Senhora da Lapa e Nossa Senhora da Boa Morte. É a única igreja católica de Angra dos Reis a conservar a pintura original do retábulo e do altar-mor.
O espaço abriga um dos acervos sacros mais relevantes do país e é uma referência histórica de Angra dos Reis. Tombado em 1954 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), o espaço foi transformado em Museu de Arte Sacra em 22 de maio de 1992, por meio de contrato de comodato com a Mitra Diocesana de Itaguaí.