Por Leandra Lima
O município de Nova Friburgo vai receber a obra-piloto da "Barreira SABO", um projeto nacional com tecnologia japonesa que visa conter deslizamentos de terra e outros efeitos estruturais causados por eventos climáticos extremos. A técnica utiliza estrutura metálica tubular de grande porte para impedir o extravasamento dos materiais carregados. Conforme cita o Ministério das Cidades (MCID), órgão responsável pela articulação, a obra será executada com recursos do Orçamento Geral da União, que destinará para Friburgo cerca de R$ 20,13 milhões pelo Novo PAC.
A proposta, considerada uma ferramenta de enfrentamento de desastres, atua na avaliação do movimento de massas, com foco na ocorrência de fluxo de detritos, que têm maior poder de destruição que um deslizamento comum. De acordo com o ministério, a instalação das barreiras permite a contenção do fluxo desses objetos e a redução da área de alastramento do desastre. A Barreira SABO é fruto de uma cooperação técnica entre o Brasil e o Japão, tem o apoio da Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA) e teve o projeto firmado com o Governo do Estado do Rio de Janeiro homologado pela Secretaria Nacional de Periferias.
A escolha do município se deu em razão da catástrofe socioambiental, que atingiu a Região Serrana em janeiro de 2011. O acontecimento ficou conhecido como "maior desastre natural do Brasil" deixando cerca de 900 mortos, só em Nova Friburgo foram reportadas 400 mortes. Diante da magnitude, os estudos para instalação da técnica na localidade tiveram início em 2013, por meio do Projeto de Fortalecimento da Estratégia Nacional de Gestão Integrada de Riscos em Desastres Naturais (Gides).
Áreas de risco
Frente às obras, considerando a funcionalidade do projeto "SABO", a Prefeitura de Nova Friburgo informou que após análise técnica envolvendo o município, estado, técnicos e especialistas do Ministério do Desenvolvimento Regional e do Japão, a primeira região a receber as obras será a Avenida Antônio Mário de Azevedo, nº 715, em Duas Pedras, que reúne todas as características necessárias para a implantação de ferramentas de retenção dos detritos. O Executivo destacou ainda, que a escolha tem como principal objetivo reduzir riscos ao Hospital São Lucas e aos imóveis no entorno.
Em relação ao início das intervenções, o município ressaltou que não há previsão. Indagando que mesmo com a autorização da União, ainda será necessária a realização de licitação pelo Governo do Estado para organizar os trâmites posteriores aos serviços.
