Por Gabriel Rattes
Durante audiência pública realizada na Câmara Municipal de Nova Friburgo no último dia 30 de maio, o vereador Marcos Marins (PSD) chamou a atenção ao divulgar que, em 2024, o Hospital Municipal Raul Sertã registrou 1.152 mortes entre os 8.122 pacientes internados, o que resultaria em uma taxa de mortalidade hospitalar de 14,18%. O número, segundo ele, ultrapassa a média nacional do Sistema Único de Saúde (SUS), estimada em 4,5%.
Em resposta ao jornal Correio Petropolitano, a Prefeitura de Nova Friburgo contestou as informações apresentadas pelo parlamentar, afirmando que houve erros na interpretação dos dados. A administração municipal, por meio da Secretaria de Saúde, divulgou uma nota oficial explicando que não é possível comparar percentuais de mortalidade de forma isolada, sem considerar critérios técnicos fundamentais.
"Para comparar taxas de mortalidade hospitalar, é necessário verificar a fonte dos dados, o período analisado, a faixa etária dos pacientes e se eles são moradores de Nova Friburgo ou de outros municípios. O Hospital Raul Sertã é referência regional e atende casos graves de várias cidades da Região Serrana", destacou a Secretaria.
A Prefeitura também reforçou que qualquer análise sobre indicadores como taxa de mortalidade deve ser feita com conhecimento técnico em epidemiologia. A interpretação sem esse cuidado, segundo a nota, pode levar a conclusões equivocadas e prejudicar o entendimento da população sobre a real situação da saúde pública.
Taxa em queda
Segundo dados oficiais do DATASUS, o sistema nacional de dados do SUS, a taxa de mortalidade hospitalar no Raul Sertã nos primeiros três meses de 2025 foi de 11,24%, uma queda em relação ao ano de 2024, quando ficou em 11,51%. A Prefeitura afirma que esse percentual vem diminuindo desde 2022 e que a atual taxa é a menor registrada em 10 anos.
A administração municipal também destacou que, desde o início da série histórica, em 2008, a taxa de mortalidade do hospital nunca ficou abaixo de 10%, o que reforça, segundo a Secretaria, a complexidade dos casos atendidos na unidade.
A Prefeitura anexou à nota um relatório oficial do DATASUS para comprovar os dados apresentados e reafirmar que a fala do vereador não reflete o cenário real da unidade hospitalar.
Questionamos a Câmara Municipal de Nova Friburgo e o vereador Marcos Marins sobre os dados apresentados, mas não obtivemos resposta até o fechamento da matéria.
