Por Redação
A Estação Ferroviária de Três Rios, também conhecida como Casa de Pedra, foi oficialmente reconhecida como Patrimônio Cultural Ferroviário pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Localizada no município de Três Rios, na Região Centro-Sul Fluminense, a estação foi incluída na Lista do Patrimônio Cultural Ferroviário por seu valor histórico, artístico e cultural.
A decisão segue os critérios estabelecidos pela Lei nº 11.483/2007 e pela Portaria Iphan nº 17/2022, que orientam a preservação de bens ferroviários de importância nacional.
Um marco da
história ferroviária
Construída em 1901, a estação foi um ponto estratégico da antiga malha ferroviária, ligando o Rio de Janeiro ao interior do estado e à Zona da Mata de Minas Gerais. O trajeto começava na estação Barão de Mauá, na capital fluminense, passava por Duque de Caxias e seguia pela serra de Petrópolis até Três Rios.
Ao chegar à Casa de Pedra, o trem era dividido em dois trajetos: um seguia para Manhuaçu e outro para Caratinga, ambos municípios mineiros. Por muitos anos, a estação foi referência em arquitetura ferroviária e símbolo da conexão entre estados.
Com o tempo, os trens de passageiros passaram a operar por outra estação da cidade, devido a acordos entre as companhias Central do Brasil e Leopoldina Railway. A Casa de Pedra passou a ser usada para transporte de cargas e manutenção de vagões.
Tombamento
e uso cultural
A importância da estação levou ao seu tombamento municipal e à criação de um centro voltado para atividades educativas, científicas e culturais, fruto de uma parceria entre a antiga Rede Ferroviária Federal S.A. (RFFSA) e a Prefeitura de Três Rios.
Além de seu valor arquitetônico, a estação representa a memória da cultura ferroviária da cidade, contribuindo para o fortalecimento da identidade local.
O que é o Patrimônio Cultural Ferroviário?
Com a extinção da RFFSA, a preservação do patrimônio ferroviário passou a ser responsabilidade do Iphan, conforme a Lei nº 11.483/2007. O acervo deixado pela RFFSA inclui mais de 52 mil imóveis e 15 mil bens móveis, como locomotivas, estações, documentos e móveis históricos.
Para organizar esse acervo, o Iphan criou a Lista do Patrimônio Cultural Ferroviário, hoje regulamentada pela Portaria nº 17/2022. Já foram reconhecidos 644 bens em todo o Brasil.
A inclusão na lista depende de uma análise técnica feita pelas superintendências estaduais do Iphan e precisa ser aprovada pela presidência do Instituto. Os bens que não estão mais em operação, como é o caso da Casa de Pedra, são transferidos oficialmente para o Iphan. Já os ativos seguem sob responsabilidade do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), em parceria com o Instituto.