Por: Bernardo Filho*

À espera da honestidade

O povo brasileiro, infelizmente, não tem cognição suficiente para perceber o que estamos vivenciando. Roubos e mais roubos num país, tristemente sem um governo competente e qualificado.

Difícil explicar aos jovens e adolescentes que vale a pena ser honesto, ser do bem, porque por conta de sua pouca idade , não tiveram tempo suficiente de vida para tecer comparações, só vivenciaram o país do roubo, corrupção e impunidades.

Poucos percebem isto, no tipo de país que nos tornamos. A lei de Gerson impera: "gosto de levar vantagem em tudo" . O que não se sabe e não se pode prever é quando este estado de coisas vai mudar.

Uma população passadoura de pano, comprometida unicamente com seus interesses pessoais, omissa e sem disposição e coragem para contestar este atual estado de coisas, já que o medo lhe foi incutido com maestria.

Um povo sendo roubado dia após dia , mas calado, silencioso, permitindo que tudo aos poucos , lhe seja tirado.

Não há mais o mínimo de consciência, de decência ou moral, nos nossos políticos. Todos patrimonialistas, buscando amealhar o máximo possível, no menor espaço de tempo , com medo de roubar pouco ou de faltar tempo para conseguir mais e mais.

Quando a expressão "sou a alma mais honesta deste país " se transformou numa grande chacota nas mídias sociais, quando a promessa de picanha e cervejinha se tornam só bobagens faladas em discursos vazios, quando os aposentados não possuem mais certezas de recebimentos futuros e os que ainda não se aposentaram não sabem se conseguirão, é assustador. Um cenário grotesco e apavorante.

Às vezes me pergunto: precisam roubar tanto? Para quê? Já não basta? São bilhões e bilhões. Um câncer que transborda descendo de um patamar mais alto até os Estados e Municípios. Reflexos que não estão sendo contidos por quem tem poder de conte-los. Sempre precisam de mais como se fosse um ciclo infinito.

O que mais nos espera?

*Advogado, Professor Universitário e Jornalista