Por coincidência, estão radicados em São Paulo os chefes da maior parte dos partidos aliados ao governador do estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Por exemplo: os presidentes do MDB, Baleia Rossi; do Republicanos, Marcos Pereira; do PSD, Gilberto Kassab; do Solidariedade, Paulinho da Força; e do PL, Valdemar Costa Neto.
A coluna apurou que a última pesquisa Genial-Quaest desencadeou entre eles a opinião quase unânime de que o governador deve desistir de concorrer a presidente da República e disputar a reeleição.
Motivo: o levantamento mostrou que Tarcísio está sendo atropelado pela possível candidatura do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) ao Palácio do Planalto. O filho Zero-Um do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi escolhido pelo pai como seu candidato preferido.
Na pesquisa Genial-Quaest divulgada na terça-feira, 16, Flávio apareceu em segundo lugar nos seis cenários divulgados, ultrapassando Tarcísio, que até então disputava com a mulher do ex-presidente, Michelle Bolsonaro (PL), a preferência dos eleitores que não votariam no presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O petista, no entanto, consta como primeiro colocado em todos os cenários
Essa foi a primeira pesquisa Quaest após o anuncio do senador como candidato do pai. Mostra que o filho do ex-presidente pode impedir que Tarcísio chegue a um eventul segundo turno em 2026.
No cenário de primeiro turno, Lula tem 41%, contra 23% de Flávio Bolsonaro e 10% de Tarcísio. Uma diferença considerável que surpreendeu os aliados do governador.
No segundo turno, a pesquisa aponta que Lula atingiria 10 pontos percentuais de vantagem sobre ambos. Ele aparece com 46% das intenções de voto, enquanto o filho do ex-presidente registra 36%. Contra Tarcísio, Lula venceria com 45% ante 35%.
O resultado assusta a chamada "Faria Lima", ou seja, a elite financeira e corporativa do país que determina os humores dos agentes do mercado. Na terça-feira em que a pesquisa foi divulgada a Bolsa de Valores despencou mais de 2%, e o dólar, teve uma alta de 0,82%.
Tarcísio é o candidato predileto do mercado, enquanto Flávio, assim como todos os nomes do clã Bolsonaro, é considerado tóxico.
Assim como Jair Bolsonaro, o senador não tem um projeto de governo definido. O pai apoiou sua campanha a presidente na possibilidade de ser tutelado pelo economista ultraliberal Paulo Guedes, a quem nomeou ministro da Economia.
A Faria Lima atribui a Bolsonaro e ao bolsonarismo a dificuldade para implantação de qualquer projeto de governo.
Mas Tarcísio ainda mantém defensores de sua candidatura ao Planalto, especialmente entre seus auxiliares mais próximos. Estes defendem que o governador ultrapassaria Flávio Bolsonaro ao longo da campanha por simbolizar um projeto "mais nítido" e registrar menor rejeição nas pesquisas.