O ministro Alexandre de Moraes determinou e a Polícia Federal cumpriu nesta manhã uma operação de busca e apreensão na casa do ex-presidente Jair Bolsonaro e na sede de seu partido, o PL.
Moraes também determinou medidas restritivas, entre as quais, Bolsonaro não poderá entrar em contato com o filho Eduardo, que está nos EUA.
O ex-presidente terá que usar tornozeleira eletrônica, não poderá acessar redes sociais, terá que ficar em casa entre 19h e 7h e nos finais de semana, além de estar proibido de manter contato com embaixadores e de visitas a embaixadas.
A decisão foi tomada, segundo apurou o Correio da Manhã, em função das sucessivas tentativas do ex-presidente e seu filho Eduardo Bolsonaro de promoverem medidas retaliatórias dos Estados Unidos contra o Brasil em função do processo que corre contra Bolsonaro no STF.
Bolsonaro é réu na ação que apurou a existência de uma organização criminosa responsável por articulações visando um de golpe de Estado. Segundo a Procuradoria Geral da República, essas articulações resultaram na invasão das sedes dos Três Poderes no dia 8 de janeiro de 2023.
O PL do ex-presidente tem cobrado do Congresso anistia para os envolvidos nas invasões, o que, segundo juristas, poderá se desdobrar na anistia para o próprio Bolsonaro e demais articuladores da tentativa de golpe.
Alexandre de Moraes afirmou em sua decisão,que em tese, Bolsonaro pode ter cometido os crimes de coação no curso do processo, obstrução de investigação que envolve organização criminosa e atentado à soberania nacional.
"A conduta do réu JAIR MESSIAS BOLSONARO [...] é tão grave e despudorada que na data de hoje (17/7/2025), em entrevista coletiva, sem qualquer respeito à Soberania Nacional do Povo brasileiro, à Constituição Federal e à independência do Poder Judiciário, expressamente, confessou sua consciente e voluntária atuação criminosa na extorsão que se pretende contra a Justiça brasileira, CONDICIONANDO O FIM DA “TAXAÇÃO/SANÇÃO” À SUA PRÓPRIA ANISTIA", escreveu Moraes.