O repórter Marcos Nunes, do jornal O Globo, nos trouxe na edição de ontem, domingo 21/12/2026, dados estarrecedores sobre a quantidade de vezes que o serviço ferroviário de passageiros da Supervia foi paralisado por conta da violência: 682 vezes. Isso mesmo: 682 vezes o serviço parou por conta da ação violenta que facções criminosas e a milícia impingiram interrupções a um serviço essencial para milhares de passageiros usuários da Supervia.
Segundo a reportagem, as interrupções do serviço variaram de 15 minutos a 18 horas. São roubos de cabos, trilhos, e, sobretudo, confrontos violentos entre as facções ou no enfrentamento às forças de segurança do estado.
Milhares de estudantes e trabalhadores perdem a hora de seus compromissos e vivem dentro dos vagões as tensões de um ir e vir que deveria ser digno e confortável.
Depois de décadas de trens sucateados, meu governo renovou a frota da Supervia com a compra de mais de 100 novos trens. Para você ter uma ideia, a idade média da frota de trens era da década de 1960 quando assumi o governo, em janeiro de 2007. Após arrumar a casa e colocar as finanças em ordem, buscamos o Banco Mundial que financiou a compra dos novos trens. A licitação foi internacional e os grandes fabricantes do mundo participaram do certame. Os chineses foram vencedores. Segundo relatórios do Banco Mundial, foi o melhor certame financiado pela instituição na América do Sul. Pela transparência e resultado final.
Depois de décadas os passageiros passaram a se locomover em trens com ar condicionado, mais amplos e confortáveis. Para se ter uma ideia, o número de passageiros/dia era de menos de 200 mil quando assumi o governo, em 2007. Quando deixei o mandato, em 2014, a Supervia transportava mais de 500 mil passageiros por dia. Hoje, infelizmente, transporta 300 mil passageiros.
A violência leva terror e aniquila a qualidade de vida. Nesses últimos 11 anos as áreas dominadas pelas facções aumentaram assustadoramente. Todas as comunidades pacificadas nos meus 8 anos de governo voltaram às mãos do poder paralelo. Sem segurança pública estamos fadados ao caos.
*Jornalista. Instagram: @sergiocabral_filho
