Ao Correio da Manhã, a senadora Damares Alves (Republicanos-DF) analisou os números da pesquisa Arrow, publicada na terça-feira (7) na coluna Magnavita apontando os cenários eleitorais no Rio de Janeiro. Segundo a pesquisa, os eleitores do Rio consideram que Michelle Bolsonaro seria o campo da direita com maiores possibilidades de vencer o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no páreo presidencial do ano que vem. Segundo a pesquisa, Lula teria no Rio 39,27%, e Michelle apareceria bem próximo dele, com 31,10%. Damares tem sido uma defensora da opção Michelle. E cunha com relação a ela a seguinte frase: "Michelle é o antídoto da direita para Lula. Ela é quem melhor reúne as características para se contrapor a Lula".

O primeiro contraponto é óbvio. Michelle é mulher. Com relação ao segundo contraponto, ela não estaria sozinha no campo conservador. Lula é o nome da esquerda. Ela, um nome de direita. É de se avaliar somente se teria a mesma capacidade de agregar apoios ao centro.

Mas é no campo das origens que Damares considera que o perfil de Michelle dá a ele esse caráter de "antídoto" a Lula. "Ela também tem a mesma origem humilde. Ela tem história semelhante de luta e resistência. E sua atuação também está relacionada à defesa social".

"Apesar de tudo isso, meu maior sonho, no entanto, é vê-la aqui comigo no Senado", diz a senadora. Essa avaliação coincide com informações que circularam na terça-feira que dizem ter havido reuniões no PL e na família Bolsonaro no sentido de levar a ex-primeira-dama para esse caminho. "Acho que ainda haverá mais ataques à família", considera Damares. "E, nesse sentido, a eleição como senadora seria uma garantia maior dela obter alguma imunidade". Mas, além disso, Damares vislumbra um tempo de embates fortes. "Hoje, já estamos vivendo esses embates. Temos que trabalhar para obter uma bancada mais sólida da direita".

Na direita, ambicionam essa vaga no Senado pelo Distrito Federal também o governador Ibaneis Rocha (MDB) e a deputada Bia Kicis (PL). Alguém terá que ceder. Embora alguns achem que a direita poderá sair rachada no DF, com duas chapas. Damares tem mais quatro anos.

Damares, porém, afirma que não se deve desprezar a hipótese de Michelle como uma candidata a Vice-Presidência. "Isso é algo também discutido", afirma. "Minha preferência é tê-la ao meu lado no Senado. Mas ela é também nome muito forte como vice".

Essa unidade no campo da direita tem sido até agora um problema. Que pode pesar na decisão de Michelle de disputar o Senado. Mesmo dentro da família, há resistências ao seu nome, vindas do deputado Eduardo Bolsonaro e do vereador Carlos Bolsonaro.

Para Damares, porém, esses atritos e falta de unidade no momento são naturais. "O momento agora é o momento do debate", aposta a senadora. "Anote: a direita irá vencer as eleições do ano que vem", diz ela. Não é o que as pesquisas dizem no momento...