Por: POR RUDOLFO LAGO

CORREIO POLÍTICO | Novo BBB: bets, bancos e bilionários

Novo vídeo reforça briga de pobres contra ricos | Foto: Reprodução/vídeo

O PT e o governo resolveram dobrar a aposta. Mais um vídeo foi postado na terça-feira (1). Agora, ele mostra um bar, o "Boteco do Brasa". Nele, numa mesa com o formato do mapa do Brasil, se sentam pobres e ricos. "Mas, espera aí", diz um dos pobres à mesa. "Você tomou champanhe, comeu lagosta e quer pagar menos que nós que só tomamos uma brejinha e comemos torresminho?". O vídeo incorpora um novo termo, que na terça já estava, por exemplo, na boca do líder do governo no Senado, Jaques Wagner: "BBB". O novo "BBB" proposto é "bets, bancos e bilionários". Ao Correio Político, Wagner bateu: "É esse novo BBB que pressiona o Congresso. Nós estamos apenas defendendo os setores da sociedade que sempre defendemos".

 

Aposta

É o terceiro vídeo seguido que o PT divulga batendo na tecla de que o partido e o governo enfrentam com o Congresso uma disputa entre ricos e pobres. A avaliação é de que os ataques vêm dando certo, e acabaram por tirar o governo das cordas em que se encontrava.

Trend tops

Na terça-feira, a hashtag "imposto dos ricos" ocupava o quarto lugar nos trend tops das redes sociais. Na avaliação de parlamentares governistas ouvidos no Congresso, foi o segundo momento em que o governo conseguiu reverter o jogo nas redes. O primeiro foi o boné.

Pecha de defensor dos ricos provoca incômodo

Wagner: governo reagiu para defender suas posições | Foto: Andressa Anholete/Agência Senado

O boné com a inscrição "O Brasil é dos brasileiros" teria sido o primeiro momento em que o governo conseguiu reverter a batalha da comunicação. Surgiu no momento em que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, começou a ameaçar migrantes brasileiros e os interesses nacionais. Até então, eram os bolsonaristas, que apoiam Trump, que sempre apareciam como patriotas. O boné visou colar a ideia de que agora eram eles que se descolavam do país. No dia seguinte, a oposição também fazia suas próprias versões de boné. Agora, a avaliação corrente é que a pecha de defensor dos ricos provoca incômodo no Parlamento.

Disputa

"Ninguém aqui quer acirrar disputas", disse Jaques Wagner. "Cada um que admita e enfrente as pressões que sofre. O governo também sofre suas pressões". Para o líder do governo, o comando do Congresso precisa explicar o que levou à brusca mudança de posição.

Acordo

"Eu estava na reunião sobre o IOF", diz Wagner. "Todos saímos de lá felizes dizendo que há muito não havia reunião tão boa", prossegue. "O que explica que três dias depois, contrariando acertado, votaram a toque de caixa a derrubada em sessão semipresencial?"

Lobbies

Wagner tem um palpite: a mudança veio dos lobbies dos BBBs. Uma situação que, na sua avaliação, obrigou o governo a reagir. Do contrário, passaria a ficar completamente refém e incapaz de seguir defendendo junto à sociedade os seus posicionamentos e bandeiras.

IR

Nessa aposta dobrada, o governo duvida que o Congresso negará a aprovação do projeto que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda para R$ 5 mil. Houve um adiamento, mas seria algo extremamente antipático para o Congresso não aprovar, avalia o governo.