Por: POR RUDOLFO LAGO

CORREIO POLÍTICO | Paraná Pesquisas confirma divisão da direita no DF

Celina lidera a sucessão de Ibaneis | Foto: Renato Alves/Agência Brasília

Há alguns dias, comentamos por aqui que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva aposta muito numa divisão da direita para ajudar nas suas pretensões eleitorais. Com a ausência de Jair Bolsonaro, inelegível, no páreo, verifica-se uma pulverização das opções de direita. E que acaba também se espalhando nas disputas regionais. O Correio Político mostrava como isso se verifica no caso do Distrito Federal. E levantamento divulgado nesta segunda-feira (9) pelo Paraná Pesquisas confirma essa divisão. Quem imaginava que há um caminho tranquilo para a vice-governadora Celina Leão (PP) percorrer rumo ao Palácio do Buriti em 2026 viu que não é bem assim. O Paraná a mostra na frente com uma vantagem não muito grande.

 

Linhares

Celina lidera em todos os cenários estimulados testados. Mas surge no seu encalço alguém que não era até então mencionado nas articulações: o deputado federal e apresentador de TV, Fred Linhares (Republicanos). No primeiro cenário, ela tem 31,1% e ele 21,5%.

Arruda

Nesse cenário, aparece outro nome importante no campo da direita, o ex-governador José Roberto Arruda (PL). No caso, ele é o terceiro com 15,3%. Leandro Grass (PV), que foi o candidato da esquerda na última eleição contra Ibaneis Rocha, vem depois com 8,4%.

Sem Arruda, Linhares se aproxima mais

Michelle apoiou Damares para Senado em 2022 | Foto: Divulgação Damares

Tirando Arruda do cenário, boa parte dos votos não vai para Celina. Mas para Linhares. No caso, ela fica com 34,4% e o deputado e apresentador de TV vai a 26%. Grass passa 8,9%. Os dados são especialmente importantes porque os partidos de direita estão divididos para o Senado. Querem a vaga o governador Ibaneis Rocha (MDB), a deputada Bia Kicis (PL), o senador Izalci Lucas (PL) e a esposa de Bolsonaro, Michelle. Um eventual crescimento das chances de Linhares pode animar a formação de chapas diferentes: uma com Celina e Ibaneis, e outra com Linhares e o PL. E Arruda acaba correndo por fora num outro possível páreo.

Senado

Para o Senado, Michelle lidera com 42,8%. Ibaneis é o segundo, com 36,5%. E, de novo, a esquerda surge com alguma chance.A terceira é a senadora Leila do Vôlei (PDT), com 29,7%, com a deputada Erika Kokay (PT), com 24%. Bia Kicis surge depois, com 18,3%.

Divisão

Em 2022, essa divisão acabou acontecendo. E, no caso, prejudicou a candidatura de Flávia Arruda, que era a candidata oficial do PL. Damares Alves (Republicanos) acabou saindo em disputa com ela, e acabou vencendo tendo especialmente o apoio de Michelle Bolsonaro.

União

Situações parecidas estão acontecendo em outros estados, inclusive no Rio de Janeiro. Há, porém, quem avalie que não será problema uma eventual divisão da direita no primeiro turno, desde que, ao final, todos se juntem no segundo turno nas eleições majoritárias.

Risco

Dependerá de como, porém, se derem as disputas no primeiro. Até porque as escolhas do eleitor nem sempre seguem somente questões ideológicas. Além disso, quando a disputa resvalar para os cargos sem segundo turno, caso do Senado, pode favorecer os adversários.