Levantamento feito pelo site Congresso em Foco no final do ano passado apontava que pelo menos 111 deputados federais respondia a processos na Justiça, alguns já réus em ações penais outros investigados. É justo, portanto, concluir que pelo menos perto da metade dos 315 deputados que votaram para suspender a ação contra Alexandre Ramagem (PL-RJ) por tentativa de golpe não agiram assim por solidariedade ao colega ou mesmo avaliando a hipótese de que a sustação viesse a beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro. Votaram em causa própria. Não foi por outra razão que esse foi o centro do discurso do próprio Ramagem na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ): "Hoje sou eu, amanhã qualquer outro deputado".