Por: Martha Imenes

CORREIO ECONÔMICO | MEIs têm mais de R$ 2 bilhões em dívidas protestadas

Funcionalidades para usuários do aplicativo MEI | Foto: Divulgação

As dívidas de Microempreendedores Individuais (MEIs) protestadas em Minas Gerais já somam R$ 2,06 bilhões em 2025, segundo levantamento do Instituto de Protestos de Minas Gerais (IEPTB-MG). Em 2022, o montante era de R$618 milhões — alta de 234,77% no período.

O número de protestos também aumentou de forma expressiva: foram 21.730 títulos em 2022 contra 67.359 neste ano. Do total registrado em 2025, 47,98% correspondem a reincidentes — MEIs que já tiveram outros protestos — e 52,02% são novos registros.

Para Leandro Gabriel, diretor-presidente do IEPTB MG, os números revelam tanto a importância do protesto extrajudicial para a recuperação de créditos quanto o desafio de conter a reincidência.

 

Pendências

"Somente neste ano, foram identificados mais de 67 mil protestos de MEIs, envolvendo valores superiores a R$2 bilhões. Esse volume mostra que o mecanismo vem sendo utilizado pelos credores para resolver pendências financeiras com rapidez e segurança", diz Gabriel.

Acumulado

Considerando o acumulado dos últimos três anos, o impacto é ainda maior: foram 179.389 títulos protestados, somando mais de R$ 6,29 bilhões. "Quase metade desse total é de reincidentes, empreendedores que voltaram a ter dívidas protestadas, e novos registros" explica.

Novo crédito imobiliário atenderá a classe média

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou um novo modelo de crédito imobiliário do país, que reestrutura o uso da poupança para ampliar a oferta de crédito, especialmente para a classe média. Lula participou do evento Incorpora 2025, em São Paulo (SP), um dos maiores do setor.

Após um período de transição, o total dos recursos depositados na caderneta de poupança será referência para uso no setor habitacional, com o fim dos depósitos compulsórios no Banco Central (BC).

Além disso, o valor máximo do imóvel financiado no Sistema Financeiro da Habitação (SFH) passará de R$ 1,5 milhão para R$ 2,25 milhões.

 

Recursos

A previsão é que, com a mudança, a Caixa Econômica Federal financie mais 80 mil novas moradias até 2026. Hoje, 65% dos recursos da poupança captados pelos bancos são direcionados ao crédito imobiliário; 15% estão livres para operações mais rentáveis e 20% ficam com o BC.

Transição

Após um período de transição, explica o governo, o direcionamento obrigatório de 65% dos depósitos da poupança acabará e os depósitos compulsórios no BC também. Para isso, 80% dos financiamentos deverão ser feitos pelas regras do SFH, que têm juros limitados a 12% ao ano.

Até R$ 12 mil

Atualmente, as famílias com renda até R$ 12 mil são atendidas pelo programa Minha Casa, Minha Vida, que tem juros menores. Desde o início do seu terceiro mandato, o presidente Lula defende uma alternativa de financiamento para a classe média.

Poupança

O total dos recursos depositados na caderneta de poupança passará a ser referência para o volume de dinheiro que os bancos devem destinar ao crédito habitacional, incluindo as modalidades do SFH e do Sistema de Financiamento Imobiliário (SFI).