Por: CORREIO ECONÔMICO

CORREIO ECONÔMICO | Balança comercial tem menor superávit para julho em 3 anos

Volume de grãos pode passar de 353,8 mi de toneladas | Foto: Wenderson Araujo/Trilux

Pressionada pela queda no preço de diversas commodities (bens primários com cotação internacional) e pelo aumento das importações, a balança comercial registrou o superávit mais baixo para meses de julho em três anos. No mês passado, o país exportou US$ 7,075 bilhões a mais do que importou - uma queda de 6,3% ante igual mês de 2024.

Os números foram divulgados nesta quarta-feira (6) pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic). O superávit em julho é o menor desde 2022, quando o resultado positivo ficou em US$ 5,357 bilhões.

A balança comercial acumula superávit de US$ 36,982 bilhões nos sete primeiros meses de 2025, queda de 24,7%.

 

Déficit

O resultado é o pior para o período desde 2020, quando houve superávit de US$ 29,896 bi. Parte do recuo no valor acumulado ocorreu porque a balança comercial teve déficit de US$ 471,6 milhões em fevereiro, motivado pela importação de uma plataforma de petróleo.

Recorde

Exportações e importações bateram recorde no mês passado, mas as compras do exterior cresceram mais. Em julho, o país exportou US$ 32,310 bilhões, alta de 4,8% em relação ao registrado no mesmo mês do ano passado. As importações somaram US$ 25,236 bi.

Embraer descarta demissões e negocia tarifa zero nos EUA

A Embraer, fabricante brasileira de aeronaves descarta demissões no Brasil e está confiante em conseguir reduzir a zero a atual taxação de 10% em cima de aviões e partes que exporta para os americanos. A avaliação é do diretor-executivo da empresa, Francisco Gomes Neto.

"O nosso foco é realmente restaurar a tarifa zero. Ficamos muito felizes de passar de 50% a 10%, o que reduziu bastante o impacto para os nossos clientes. Estamos trabalhando com eles para fazer a entrega das aeronaves. Mas, em paralelo, estamos nos esforçando com afinco para restaurar a tarifa zero", disse o diretor da companhia.

Solo americano

A Embraer emprega quase 3 mil pessoas em solo americano. Incluindo a cadeia de fornecedores locais, o contingente chega a 13 mil. A empresa planeja investir US$ 500 milhões, cerca de R$ 2,8 bilhões, em Dallas, no Texas, e Melbourne, na Flórida, em 5 anos.

Demanda

Os EUA são o maior mercado de aviação do mundo e absorvem 70% da demanda por jatos executivos da Embraer e 45% de aeronaves comerciais. O diretor-executivo da companhia aponta a geração de emprego e investimentos como um trunfo para conseguir tarifa zero.

Contratação

A Embraer também planeja contratar mais 5,5 mil funcionários até 2030 nos Estados Unidos. Todas as estimativas de contratações e investimentos foram feitas, segundo o diretor-executivo da companhia, em cima de cálculos sem a tarifa de 10% paga hoje em dia.

Exportações

A Embraer emprega 18 mil pessoas no Brasil. Desde abril, a empresa, que exporta metade da produção para os Estados Unidos, está submetida à tarifa de 10%. Havia o temor da tarifa de 50%, mas o governo americano decidiu que aeronaves, motores, ficam de fora.