Por: Martha Imenes

CORREIO DO APOSENTADO | Como transferir local de pagamento do benefício

Pelo aplicativo Meu INSS aposentados e pensionistas podem contestar os descontos | Foto: Divulgação

Como dizem por aí: "Não há um dia de paz", pelo menos no que diz respeito aos aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). São tentativas de golpes, descontos de mensalidade associativa lançados indevidamente no benefício, empréstimo consignado não solicitado e, agora, a falta de zelo pela instituição vencedora do leilão da folha do INSS. Falta de caixa eletrônico, assentos, ar-condicionado, venda casada... O ministro da Previdência, Wolney Queiroz, inclusive, já mandou investigar.

Calma, há solução: pelo Meu INSS (aplicativo ou site), mediante agendamento em uma Agência da Previdência Social, ou ainda pela Central 135, o beneficiário pode trocar a instituição onde recebe a aposentadoria.

 

Convênio

Importante destacar que o banco escolhido pelo aposentado para transferir o pagamento precisa ter convênio com o INSS. Para fazer a mudança, basta ir ao banco escolhido e, caso ainda não tenha conta, criá-la para o recebimento do benefício.

No aplicativo

*Acesse o Meu INSS

*Use seu CPF e senha para entrar na conta

*Clique em "Agendamentos/solicitações"

*Selecione "Alterar local ou forma de pagamento"

*Insira os dados da nova conta, revise as informações

*Finalize o pedido

 

Aposentadoria rural pode virar benefício assistencial

A aposentadoria rural pode sair do guarda-chuva do Ministério da Previdência e virar um benefício da assistência social. Assim como o Benefício de Prestação Continuada (BPC), pago a idosos com mais de 65 anos e pessoas com deficiência de baixa renda.

O assunto não é novo, já surgiu em outras ocasiões mas, desta vez, a defesa sobre reformulação partiu do ministro da Previdência, Wolney Queiroz.

Ele argumenta que a mudança traria maior transparência às contas públicas, separando o que é efetivamente previdência (baseada em contribuições) de assistência (financiada pelo Tesouro). Em 2024, o déficit da previdência rural representou cerca de 1,5% do PIB.

 

Desafio para o sistema

A aposentadoria rural, segundo o ministro, é um dos maiores desafios do sistema previdenciário brasileiro. Ele argumenta que a Constituição obriga o Estado a amparar os trabalhadores do campo, mas a atual estrutura do INSS mascara gastos assistenciais como previdenciários. A reclassificação, segundo Queiroz, não alteraria a origem dos recursos, que continuariam vindo da União, mas traria clareza ao orçamento. A proposta reacende o debate sobre a sustentabilidade previdenciária.

Transparência nas contas

O ministro destacou a necessidade de transparência nas contas públicas, mas frisou que a discussão deve ficar para 2027. A proposta gerou reação entre especialistas e trabalhadores rurais, que temem impacto na proteção social.

Para se ter uma ideia, dos 34,5 milhões de benefícios previdenciários pagos pelo INSS, 32% são rurais. Dados de junho do Portal da Transparência Previdenciária apontam que o INSS paga 41,2 milhões de benefícios (previdenciários e assistenciais).