Os servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) vão voltar a trabalhar presencialmente nas 1.587 Agências da Previdência Social (APS) para dar atendimento presencial aos segurados. Uma portaria publicada na segunda-feira, trouxe a informação que a partir do dia 22, entrará em vigor uma nova estrutura interna que vai melhorar a gestão nas agências, na Central 135 e no Meu INSS.

Ainda conforme o INSS, a nova estrutura de gestão prepara o caminho para a ampliação do atendimento presencial com foco em acolhimento, agilidade e respeito ao segurado.

Só uma coisa não ficou clara: foi combinado com os servidores que estão em teletrabalho que eles vão voltar às agências? Segundo entidades sindicais, não.

Entidades representativas dos servidores da Seguridade Social informaram que não tiveram acesso à portaria e não negociaram retorno ao trabalho presencial que, inclusive, está em discussão na Mesa Setorial do INSS criada com o Ministério da Gestão.

"Estamos mudando o caminho do INSS. O Instituto, que vinha com foco na tecnologia da informação e digitalização de documentos, agora assume uma nova direção: a humanização do nosso atendimento junto ao segurado", afirmou o presidente do INSS, Gilberto Waller.

A diretora da Federação Nacional dos Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social (Fenasps), Viviane Peres, diz que o assunto não foi tratado com a direção do INSS, e que uma reunião está marcada para o dia 28. Ou seja, 6 dias depois da entrada em vigor do novo modelo.

"Teríamos reunião com ele hoje (15), mas alterou para dia 28. Vamos questionar essa questão", antecipa.

Sandro Cezar, dirigente da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), diz que ainda não há uma informação precisa de quantas pessoas vão voltar ao atendimento presencial.

Já o presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Seguro Social do estado de São Paulo (SINSSP-BR), Tiago Vinicius Silva, explica que "as medidas envolvendo as questões de trabalho de servidores do INSS estão sendo discutidas em instâncias de negociação junto ao INSS, como a Mesa Setorial, por exemplo". Ele questiona se a instituição, de fato, tem infraestrutura operacional e tecnológica para recepcionar o aumento no trabalho presencial.

Para Deivid Christian, secretário-geral do Sindicato da Previdência (Sindiprev) de Sergipe, entidade filiada a Confederação Nacional de Trabalhadores da Seguridade Social (CNTSS), esse retorno ao trabalho presencial não foi negociado com a CNTSS.

"Tivemos reunião onde o presidente disse que precisaríamos humanizar o INSS. Concordamos com isso, mas dissemos ser importante a reconstrução de toda estrutura de atendimento do instituto", explica.