Depois de ser massacrada nas redes sociais pela direita, o SBT resolveu reagir. Fez nota pública e, na noite desta segunda, 15, recebeu o senador Flávio Bolsonaro no Programa do Ratinho, horário nobre da emissora.
Recebido com tapete vermelho pela família Abravanel, o senador foi sabatinado pelo júri do programa, entre eles, bolsonaristas de carteirinha como Sérgio Mallandro e Décio Piccinini. Entrevista linear, sem altas e, principalmente, sem derrapadas. Serviu para contrapor os afagos que os sócios da emissora deram a Lula e Alexandre de Moraes, no último dia 12. A entrevista, não programada, foi a "vacina" que a rede de TV arranjou para contra os ataques em massa que sofreu.
Foi a primeira entrevista exclusiva do Senador Bolsonaro depois do anúncio da sua escolha como candidato da família no lugar do patriarca.
Ele respondeu perguntas que estavam distribuídas para os jurados, todas lineares e sem surpresas. O ponto alto, porém, com um viés mais do bolsonarismo, foi quando Mallandro perguntou "Bandido bom é bandido morto?". Neste ponto Flávio deitou e rolou. "Bandido que enfrenta a polícia com fuzil na mão é bandido que deve ser neutralizado". Ele fez referência e defesa veemente à operação Contenção. Rasgou elogios aos policiais que colocam suas vidas em risco.
Se na sexta, 12, o governador Tarcísio de Freitas viveu uma saia justa ao ser fotografado junto com Lula e Alexandre de Moraes, assistir, 72 horas depois, Flávio Bolsonaro ser o convidado de honra do SBT, em São Paulo, no seu quintal, foi uma ducha fria na sua candidatura. A campanha presidencial do senador demonstrou que é para valer.
O telefone do Senador Bolsonaro ficou congestionado após a entrevista, com dezenas de mensagens e chamadas de correligionários de todo o país. Todas mensagens parabenizando pelo desempenho televisivo.
A grande ironia do destino é que coube ao apresentador Ratinho, pai do Governador do Paraná, Ratinho Jr, avalisar a candidatura do Flávio Bolsonaro à presidência. No mundo político, a leitura era que a escolha do parlamentar abria espaço e aumentava as chances do Ratinho Jr de sair candidato pelo PSD à presidência. Não se podia imaginar que, em curto prazo, o próprio pai iria turbinar a campanha de Flávio.
