Por: Cláudio Magnavita

Coluna Magnavita | Gasparzinho na mídia

Avenida Brigadeiro Faria Lima, em Pinheiros. | Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

Não é só o Planalto que vem utilizando as operações Quasar, Tank e Carbono Oculto para atingir adversários. Na Faria Lima, é risível a manobra de tentar espichar os efeitos PCC para quem não tem envolvimento com o caso.

Essa dinâmica levanta um ponto crucial: quem ganha com a desinformação? A resposta, segundo analistas, está na disputa de mercado e também na irresponsabilidade de parte da imprensa.

É natural e legítimo que bancos e empresários sejam fiscalizados. Mas é igualmente essencial separar a apuração séria de campanhas narrativas. Quando instituições sólidas e investidores relevantes passam a ser tratados como personagens de ficção criminal sem evidências, o risco não é apenas para sua imagem, mas para a qualidade do debate público e para a confiança no próprio mercado financeiro brasileiro.

O pivô desta ginástica tem notícias sendo plantadas na mídia a serviço de instituições que querem melar o acordo Master/BRB.

No caso do Banco Master, ele foi mencionado em matérias sobre a "Operação Carbono Oculto", voltada a investigar lavagem de dinheiro ligada ao PCC. A conexão se dá pelo fato de algumas gestoras parceiras do setor financeiro também aparecerem na investigação — o suficiente para transformar um relacionamento de mercado comum em manchete sensacionalista.

Com Nelson Tanure, a lógica é semelhante. Empresário com longa trajetória no mercado de capitais, ele aparece citado em apurações sobre disputas societárias e operações de bolsa, mas em nenhum ângulo é um alvo direto. Ao entrar no noticiário junto a temas de alta repercussão, seu nome passa a ser arrastado para narrativas que não refletem em absoluto sua atuação empresarial.

Em nenhuma das operações recentes da Polícia Federal há acusação formal contra o Master ou contra Nelson Tanure. Ainda assim, seus nomes são citados de forma literal, em menções que funcionam como insinuações de vínculo. Para especialistas, trata-se de um expediente conhecido: a culpa por associação, prática na qual se busca desgastar personagens públicos aproximando-os de narrativas negativas sem apresentar provas consistentes. Essa atuação invisível, arranham a credibilidade da informação factual, entra no campo da especulação agindo como um fantasma que tenta assombrar a credibilidade . É só mapear as sucessivas especulações para se ter uma ideia de quem estão a serviços.