Por: Cláudio Magnavita

Coluna Magnavita | Negócio bilionário com aterro sanitário reabre polêmica sobre prorrogação da concessão

Aterro de Seropédica | Foto: Reprodução/Facebook @ciclus

DO LIXO AO LUXO (Parte I ) - A venda da Ciclus Ambiental para Aegea pela bagatela de R$ 1,8 bilhão atraiu as atenções para uma fase da operação do lixão de Seropédica que muita gente gostaria que estivesse esquecido. A empresa de Fernando Simões já não valia quase nada com o fim da capacidade do lixão e com o término da concessão. Havia também o problema da defasagem tarifária paga pela prefeitura do Rio que despeja 400 caminhões por dia com 10 mil toneladas diariamente.

O negócio que evaporava e virava chorume, virou ouro em pó depois de uma canetada que prorrogou a concessão e, na sequência, aumentou o valor da tonelada despejada, tudo isso antes da administração Eduardo Paes. A estimativa atual é do pagamento mensal de R$ 38 milhões, o que resulta em mais de R$ 400 milhões por ano.

O mega negócio feito com a AEGEA, que tirou de Simões uma dívida esperada de R$ 800 milhões (a alavancagem do BNDES ocorreu depois da mágica prorrogação) e deixou em caixa com R$ 1,1 bilhão, está chamando atenção ao período turvo da administração municipal que fez milagre do lixo virar luxo. Circula um dossiê, que foi preparado para atingir o ex-prefeito milagroso e ficou esquecido no fundo do baú das maldades políticas e agora foi resgatado. Se tivesse vazado antes, a AEGEA, que é tão zelosa na questão do compliance, não teria avançado neste terreno de magias municipais. Muita água ainda vai passar debaixo desta ponte com o material coletado e que deve merecer uma nova atenção do Tribunal de Contas do Município -TCM/RJ.