Sabem aqueles 2% que faltaram para reeleger Bolsonaro? Eles poderiam estar no Rio se os erros do Bolsonarismo em 2020 não tivessem entregue a segunda capital do país de bandeja para Lula. Será que o clã do ex-presidente Jair Bolsonaro não aprende com os erros que cometem e a forma que tratam os aliados? O Prefeito Marcelo Crivella tentava a reeleição apoiado no bom desempenho da sua gestão no combate à pandemia. Em um lampejo divino, ele tinha feito uma super compra de material hospitalar na China, inclusive de respiradores. Os contratos foram honrados pelos chineses e em plena pandemia chegaram centenas de respiradores.
Crivella precisava do apoio do presidente Bolsonaro e fez de tudo. Entregou a mais importante secretaria ao braço direito de Flávio Bolsonaro, o publicitário Gutemberg Fonseca e depois todo o controle da Publicidade municipal. E o que recebeu em troca? Duas visitas ao Planalto durante as negociações. Nem um centavo foi repassado para ajudar o município.
Lula já liberou R$ 6 bilhões em empréstimos para o Rio na gestão de Eduardo Paes, seu fiel aliado. Bolsonaro não deu um único centavo. Quando Crivella, contrariando o pessimismo dos Bolsonaristas e da própria Universal, que só ajudava em operações trianguladas realizadas no teto do Templo de Salomão, em São Paulo, chegou ao segundo turno, a decepção. Não houve o prometido engajamento do então presidente Jair Bolsonaro. Uma mensagem dúbia, na qual elogiava Crivella, mas dizia que Eduardo Paes era um bom gestor.
Crivella deu tudo. Secretaria, carros, cargos, conta de publicidade… Tudo que foi pedido em nome do senador Flávio Bolsonaro. Abandonado pelo grande eleitor da direita, ele perdeu o segundo turno, foi massacrado por uma das maiores injustiças cometidas por uma desembargadora ligada a concessionários da Prefeitura, foi preso, perdeu a mãe e só foi solto quando um ministro do STJ deu ordem de prisão à magistrada, que insistia em descumprir a ordem de soltura expedida pelo presidente da corte superior.
Faltavam dias para Crivella encerrar o mandato e o prefeito interino Jorge Felipe, então presidente da Câmara Municipal, foi quem passou a chave da cidade para Eduardo Paes no dia 01 de janeiro.
Até neste calvário os Bolsonaristas lavaram as mãos e deixaram Crivella preso e sem solidariedade e apoio. Esta omissão cobrou seu preço em 2022. Lula teve um grande palanque no Rio e o que poderia ser um reduto da direita, trabalhou para fazer o Lula 03.
A direita fluminense vive uma crise de dependência que tem feito a alegria do prefeito Eduardo Paes. Ele ganhou em 2020 e depois em 2024 pelos erros de Bolsonaro e agora já manda fazer o terno de posse para 2026, com agradecimentos especiais a Jair, Flávio e Carlos. Eles estão lhe entregando de bandeja, novamente uma eleição majoritária.
MUDANÇA DE LEGENDA - Nunca esteve tão próxima a saída do Governador Cláudio Castro do PL. A Federação Progressista, formada pelo União Brasil e Progressistas, colocou tapete vermelho para que ele seja recebido com todas as honras. A conversa com o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, pode ter clima de despedida. O deputado Altineu Côrtes, que tem sido impecável no trato com Castro, está atuando como bombeiro.
UNIÃO SEM CONSTRANGIMENTO - Se Cláudio Castro entrar para o Progressistas ou para o União Brasil, não causará espanto se o Prefeito Eduardo Paes for almoçar com ele no Laranjeiras. Este é o convite dos sonhos que o alcaide espera receber. O diálogo de Dr. Luizinho e Rueda com Paes é excelente e, com Castro, os dois voltam a ser velhos amigos de infância rapidamente.
VICE DOS SONHOS - O prefeito de Campos, Wladimir Garotinho, tem sido o vice dos sonhos de vários pré-candidatos a Governador. O rapaz nunca teve o seu nome tão lembrado. Até a turma de Eduardo Paes defende o seu nome.
DINO DE OLHO EM WASHINGTON - O ministro Flávio Dino está com olhar duplo sobre Washington. O Distrito Federal Americano, onde vive Trump; e acompanhando, com lupa, os últimos movimentos da política do Rio com os afagos do outro Washington, o Reis, ao ex-presidente Bolsonaro, no seu sonho declarado de ser governador. Ele tem sido informado pelo seu fiel amigo Ricardo Cappelli, carioca e profundo conhecedor da política fluminense. O barulho feito por Mr King nos últimos dias é do tipo: se eu não jogar, ninguém mais joga. Cada dia fica difícil a reversão da sua inelegibilidade.
UM GOVERNADOR MERECE RESPEITO - A megalomania de Eduardo Bolsonaro em pilotar o contra-ataque do império contra o Brasil tem sido tão grande que o levou a dar um pito público no Governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, ao afirmar: "É um desrespeito comigo!", criticando a tentativa do chefe do executivo do maior estado brasileiro, em tentar um diálogo para salvar as empresas paulistas. "É assim que se trata o Governador de São Paulo? O que este rapaz acha? O inquilino do Bandeirantes não é seu serviçal", afirma um ex-secretário de João Doria indignado. Em tempo: a licença de Eduardo Bolsonaro vence domingo e ele terá de retornar ou se deixar cassar por falta.
NO OLHO DO FURACÃO - Tem deputado estadual licenciado e ocupante do primeiro escalão pensando seriamente em reassumir o seu mandato para voltar à Assembleia Legislativa Estadual do Rio (Alerj).
O momento não é para ficar longe do jogo político do legislativo.
CAIADO NA ESPREITA - Quem está assistindo de camarote toda a confusão da direita, o bate cabeça do clã do Bolsonaro com os governadores, especialmente com Tarcísio de Freitas, é o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, que entra em fase de aquecimento. Ele será o maior vozeirão em defesa do agro, o setor mais prejudicado pelas taxas americanas. Ele volta ao passado como ex-presidente da União Democrática Ruralista. Ele é sempre lembrado quando se afirma que a direita brasileira precisa ser reinventada. Neste caso, o que não falta ao governador é DNA histórico.