SEM VITORIOSOS - A guerra política motivada pela exoneração sumária de Washington Reis da Secretaria dos Transportes do Governo do Rio só teve derrotados: Reis sai como insubordinado (desafiando o Governador), o deputado Rodrigo Bacellar como o intempestivo (trincando a sua lealdade com Castro), o senador Flávio Bolsonaro como o inconfiável (já que para cada uma das partes falou uma coisa) e o Governador Cláudio Castro sendo obrigado a repensar o seu futuro por não ter punido Washington no primeiro sinal de insubordinação.
POLÍTICA PESOU - A equação que gerou o resultado desta Guerra é simples: a demissão de Washington já estava feita, a reação de Reis de aumentar o conflito com o presidente da Alerj a tornou irreversível, a pressão na política foi extrema também sobre a insustentabilidade da permanência dele no governo, pelo flerte com Lula e Eduardo Paes.
VITRINE - Quem acabou se expondo neste processo foi o Secretário de Governo do Rio, André Moura. A primeira exposição foi a de assumir interinamente a pasta de Transportes e depois por ter sido o porta-voz da decisão do Governador de manter a exoneração em um evento público. Normalmente discreto, Moura acaba catalisando todo o ódio da família Reis, que promete não deixar barato este embate.
BENEFICIADO - Quem assiste tudo de camarote é o prefeito Eduardo Paes. Sem dar um tiro nesta guerra, ele pode ganhar um importante condado na Baixada Fluminense. Fechando a equação de neo aliados: Fernando Jordão, Washington Reis e Wladimir Garotinho.
BALANÇA - Frase de uma velha raposa da política: "Tem senador que daria um braço para ficar um ano como governador". Outra frase dos bastidores da política fluminense: "Um ano como Governador vale mais do que quatro anos de deputado federal".
POSIÇÃO PARTIDÁRIA - Em nota, a Federação União Progressista "reitera o pedido, ao governador Cláudio Castro, pela manutenção da exoneração do ex-secretário de Transporte Washington Reis e salienta que repudia veementemente o ato do presidente da Alerj, deputado Rodrigo Bacellar, ao agir de maneira desrespeitosa, aproveitando-se de sua interinidade no cargo de governador, ao demitir um secretário de Estado sem a anuência do governador de fato. Acreditamos que essas questões serão superadas pela manutenção de um projeto maior, definido pelo campo de centro-direita do Rio de Janeiro, em prol da população fluminense. Antonio Rueda, Presidente Nacional do União Brasil; Dr. Luizinho, Presidente do Progressistas do Estado do Rio de Janeiro"