A temperatura ficou elevada nesta quinta na política do Rio. O Governador Cláudio Castro embarcou às 15 horas, na TAP, para uma viagem de bate e volta a Lisboa. Assumiu o governo o deputado Rodrigo Bacellar, presidente da Alerj, que cumpriu o que prometeu: exonerou em rito sumário o secretário de Transportes, Washington Reis, que passou as duas últimas semanas esticando a corda ao máximo.
No confronto no plenário da Alerj com o colega deputado Rosenverg Reis, Rodrigo Bacellar afirmou "eu não sou o governador Cláudio Castro". Ficou claro que são dois estilos diferentes. O governador possui uma tolerância conventual, capaz de uma capacidade extraordinária de resiliência e de não pensar com o fígado, promovendo o equilíbrio e a conciliação.
No caso de Reis, uma equação adicional, que poucas pessoas lembram: a proteção da família Bolsonaro. No evento da Avenida Paulista, o senador Flávio Bolsonaro afirmou que existe realmente um compromisso da família com Reis. Washington tenta derrubar a sua inelegibilidade, mesmo que para isso seja obrigado a flertar com Paes e o próprio Lula, criando o BolsoLula.
Neste episódio da exoneração não se deve vitimizar Washington Reis. Ele protagonizou vários casos de insubordinação e de contrapor o governador. O que ele queria com isso? Provocar uma crise? Só há crise com a demissão para quem não percebeu que Rodrigo Bacellar é uma pessoa e Cláudio Castro é outro.
As cartas estão na mesa. Castro tem o seu estilo e Bacellar o seu. Washington deixou isso bem claro. A classe política agora já tem uma visão do estilo de cada um.