Por: Cláudio Magnavita

Coluna Magnavita | Facção paulista já influencia órgãos públicos no Rio, indicam ações contra postos clandestinos

Operação conjunta da ANP com o Governo do Rio mostra o avanço do crime organizado nas cadeias de distribuição de combustíveis | Foto: Marcello Casal jr/Agência Brasil

CENÁRIO ALARMANTE - Uma operação conjunta da Agência Nacional do Petróleo (ANP) com o Governo do Estado do Rio de Janeiro, batizada de FOCO, voltou a expor um cenário alarmante: o avanço do crime organizado na cadeia de distribuição de combustíveis. Só na última terça-feira, 01 de junho, quatro postos foram interditados — dois por adulteração de produto e dois por funcionamento clandestino.

As investigações apontam que esses estabelecimentos estão ligados diretamente a uma facção criminosa paulista, que expandiu sua atuação para além das fronteiras do estado de origem. Mas o que mais chama atenção — e acende um alerta vermelho — não é apenas o braço logístico da facção no Rio, e sim os sinais de sua infiltração institucional.

Segundo apurou a força-tarefa, os agentes responsáveis pela repressão às fraudes estariam sofrendo pressões e até ameaças vindas de dentro da própria máquina pública fluminense. A suspeita: a facção já teria influência em repartições do Estado, interferindo diretamente nas ações de fiscalização.

Em um setor historicamente permeável à corrupção, a operação FOCO escancara não só a presença do crime organizado no varejo de combustíveis, mas também a fragilidade das estruturas estatais que deveriam combatê-lo.