RITO SUMÁRIO - O rito sumário da sabatina, votação, renúncia, publicação do Diário Oficial e posse do novo conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro, Thiago Pampolha, teve uma razão. Evitar que alguma ação civil pública, a exemplo da que foi protocolada pelo "ombudsman de plantão" Victor Travancas, pudesse impedir a posse.
SÓ NA HORA H - O pedido de renúncia de Thiago Pampolha só foi redigido, impresso e assinado após a votação da Alerj. A ordem era de esperar até o último momento para que um documento deste, pré-assinado, ficasse flutuando em outras mãos.
LONGEVIDADE - Ao assumir uma cadeira no TCE-RJ, com apenas 39 anos, Thiago Pampolha poderá ficar na casa até completar 75 anos, ou seja, 35 anos como conselheiro. Entra pimpolho e pode sair como avô.
REZANDO - Enquanto Thiago Pampolha assinava o seu termo de posse no TCE, sob o olhar vigilante do secretário da Segov, André Moura, o governador Cláudio Castro participava de uma missa celebrada no alto do Corcovado, comemorando os 30 anos do RioSolidário.
SINCRONICIDADE - Os ventos do destino estão favoráveis ao presidente da Alerj, deputado Rodrigo Bacellar. Ao finalizar a matéria do RJ2, na Globo, sobre a renúncia de Thiago Pampolha como vice-governador e de ser citado como o novo nome na linha de sucessão estadual, entrou um comercial gratuito, no break comercial seguinte, assinado pelo União Brasil, exatamente fortalecendo a imagem de Bacellar como gestor e falando da sua atuação na área de segurança quando comandou o Segurança Presente. Um sincronismo absoluto. O anúncio parecia continuidade da matéria e respondia à questão sobre a atuação do dirigente do União Brasil.
MUDOU DE LADO? - A distribuidora Terrana, que enfrenta acusações de ter se tornado braço do PCC no Rio, ganhou um reforço de peso na sua equipe jurídica: o ex-Senador Régis Fichtner.
A Terrana foi recentemente adquirida por pessoas supostamente ligadas à paulista Copape que é acusada pelo ICL, Instituto Combustível Legal, de ser representante do PCC no setor de combustíveis.
O curioso é que Régis Fitchner tinha justamente o ICL como cliente do seu escritório num passado recente.
Além do envolvimento com a enrolada Copape vale destacar também que a Terrana está sendo acusada pela distribuidora Rede Sol de ser a verdadeira responsável pela gasolina adulterada que foi fornecida à Polícia Militar do Rio de Janeiro.
Desde que foi vendida pela poderosa norte-americana World Kinect não tem faltado à Terrana motivos para buscar advogados cada vez mais poderosos e influentes nos Tribunais.
ALMA LAVADA - O Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ) decidiu, por unanimidade, na segunda (20), pelo trancamento da ação penal movida contra o delegado Fernando Moraes, ex-diretor da Divisão Antissequestro da Polícia Civil, no processo nº 0600033-30.2025.6.19.0000.
A investigação em questão fazia parte do inquérito que apurava o chamado "QG da Propina", esquema de corrupção supostamente instaurado na Prefeitura do Rio durante a gestão do ex-prefeito Marcelo Crivella. No curso da apuração, o delegado chegou a ser preso, em uma medida considerada injusta e desmedida, diante da total ausência de provas que justificassem tal constrangimento.
A corte acompanhou o parecer do Ministério Público Eleitoral, que reconheceu a ausência de justa causa e a inexistência de indícios mínimos que justificassem o prosseguimento da ação penal. Com isso, o processo foi encerrado sem julgamento do mérito, resultando na inocência e absolvição do delegado. A decisão do TRE-RJ reforça o reconhecimento de que não havia qualquer envolvimento do delegado nos fatos apurados.
Com 43 anos de atividade policial, Fernando Moraes construiu uma das carreiras mais destacadas da segurança pública do país. Entre 1995 e 2008, esteve à frente da DAS e protagonizou um feito inédito: em 2005, o Estado do Rio zerou os casos de sequestro, mesmo com o crime apresentando índices altíssimos em outros estados. Pelo feito, foi homenageado pelo Ministério da Justiça.
Com o reconhecimento de sua inocência, Moraes reafirma sua trajetória de ética, coragem e compromisso, sendo lembrado como um dos nomes mais importantes da história da Polícia Civil.