A Distribuidora de Combustíveis Terrana, que até pouco tempo era controlada pelo gigante americano WFS, foi vendida para o Grupo Copape. A transação, noticiada pela coluna, levanta um alerta já conhecido no setor: a Copape é apontada pelo Instituto Combustível Legal como um braço operacional do PCC no mercado de combustíveis.
A Terrana, por sua vez, nega a venda. Mas os fatos não jogam a favor da versão oficial. Como a coluna já revelou, Gustavo Oliveira, braço direito de Mohamad Hussein Mourad, homem que, segundo o Ministério Público de São Paulo, seria o verdadeiro dono da Copape—assumiu o cargo de CEO da empresa.
Se restava alguma dúvida sobre o comando da nova operação, um episódio na última semana tratou de dissipá-la. Em uma videoconferência com todos os funcionários da Terrana, um sósia de Mohamad surgiu na tela. Mas, para surpresa geral, se apresentou como "Leandro".
A presença do sósia batizado como "LEANDRO" não funcionou. No mercado de combustíveis, onde o nome de Mohamad é amplamente conhecido, a informação é que a aparição inusitada causou uma reação imediata: um pedido de demissão em massa de colaboradores que participavam da reunião.
O episódio reforça o que já vinha sendo alertado: a empresa acusada de operar para o PCC agora está no comando da Terrana.
A grande questão, agora, é outra. A Petrobras vai manter o contrato de interligação da refinaria com a Terrana ou vai exercer a cláusula que permite a rescisão? Difícil imaginar que a estatal queira ver seu nome associado a um esquema que pode abrir caminho para a entrada do PCC no mercado de combustíveis do Rio de Janeiro.
O negócio da Terrana revela, também, uma conexão com serviços portuários, com a concessão do Porto de Angra e a compra da dívida do Porto do Açu. Muita coisa a explicar e servir de alerta para a área pública.