Por: POR FERNANDO MOLICA

CORREIO BASTIDORES | Nota do BC não fala em tema exclusivo com Moraes

Ministro do STF diz que só tratou das sanções | Foto: Fábio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

Um detalhe que pode ser constatado nas notas divugadas pelo Banco Central e pelo ministro Alexandre de Moraes chama a atenção.

Diferentemente do que diz o texto do integrante do STF, o publicado pelo BC não afirma que as consequências da efeitos da aplicação da Lei Magnitsky contra Moraes foram o único tema dos encontros.

A nota do ministro afirma que, nas reuniões com Galípolo e dirigentes de bancos e de entidades do setor, "foram tratados exclusivamente assuntos específicos sobre as graves consequências da aplicação da referida lei".

Já o texto do BC é sucinto, apenas confirma reuniões com Moraes para tratar dos efeitos da lei.

 

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Galípolo divulgou nota curta | Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

A ausência da palavra "exclusivamente" na nota do Banco Central indica a possibilidade de que outros temas podem ter sido tratados.

O texto do BC foi divulgado no site da instituição às 10h47, depois que veículos de imprensa já haviam publicado a nota do ministro do STF, liberada às 9h30.

O documento do BC também não cita reuniões com outras pessoas.

O caso Master

Na última segunda, a colunista Malu Gaspar, de O Globo, publicou que Moraes tivera quatro conversas com Galípolo — uma presencial e três por telefone — para tentar evitar uma intervenção no Banco Master, que acabou sendo decretada no dia 18 de novembro.

O escritório de advocacia da mulher de Moraes, Vivane Barci de Moraes, tinha contrato com o Master — segundo a mesma jornalista, a remuneração era de R$ 3,6 milhões. O valor total do contrato era de RS 129 milhões, que seriam pagos ao longo de 36 meses.

Agenda não registra reunião

A coluna não encontrou na agenda de Galípolo qualquer reunião entre ele e Moraes entre 30 de julho — quando as sanções dos EUA foram anunciadas — e 12 de dezembro, quando houve sua retirada. No dia 29 de setembro, há o registro da ida do presidente do BC ao STF, para a posse de Edson Fachin na presidência da corte. Moraes não divulga sua agenda.

Sem grana

Por falar nisso: até agora, investidores que aplicaram dinheiro em papéis emitidos pelo Banco Master, geralmente comprados graças à intermediação de outras instituições financeiras, ainda não receberam seu dinheiro. O Fundo Garantidor de Créditos, que é privado, garante até R$ 250 mil.

PCdoB e liderança

O PCdoB vai discutir a possibilidade de indicar o líder na Câmara da Federação Brasil da Esperança, que integra ao lado do PT e do PV. O partido já tentou emplacar um de seus deputados na liderança, mas esbarrou na resistência petista. O problema é que o PCdoB tem apenas nove dos 80 deputados do grupo.

PT resiste

Segundo a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), o tema será discutido em janeiro, já que a escolha dos novos líderes ocorrerá no início de fevereiro, na retomada dos trabalhos do Congresso Nacional. O PT não deverá ceder, já decidiu indicar para o cargo o deputado Pedro Uczai, de Santa Catarina.

Otimismo

Jandira avalia que o ano começará bem para a esquerda e mal para a direita. Ressalta que o adversário está dividido em relação a disputa pela Presidência da República, Jair Bolsonaro e generais foram presos e o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ) é alvo de investigação policial. Já o governo, diz, continuará entregando obras.

O pé da C&A

Ontem, poucos dias depois de parte da direita reclamar da campanha das Havaianas estrelada por Fernanda Torres, a C&A disparou para clientes e-mail com o título "Entre o ano de 2026 com o pé direito!". A mensagem estimula participação na corrida de Vera Cruz, dia 31, no Rio. A rede patrocina o evento.

Dois pés

A confusão toda surgiu porque, no comercial das sandálias, Fernanda Torres estimula as pessoas a não entrarem no novo ano com o pé direito e, assim, não ficarem dependentes da sorte. Diz que o melhor é entrar em 2026 com os dois pés na porta e na estrada. Parte da direita viu aí um texto de viés político.