Além de reafirmar a liderança de Lula na disputa presidencial e de registrar um empate técnico entre aprovação e desaprovação do presidente, a pesquisa Genial/Quaest apontou outros pontos positivos para o Planalto.

Um dos mais animadores para os petistas é uma tendência de diminuição de impopularidade em regiões como Sul e Centro-Oeste, o que compensa uma oscilação negativa no Nordeste.

O presidente continua a ser majoritariamente rejeitado pelos jovens, mas virou o placar entre os que têm entre 35 e 59 anos e registrou quase um empate no grupo de 60 anos ou mais. As pessoas de renda familiar entre dois e cinco salários mínimos ainda resistem ao petista.

Outro dado muito comemorado foi a aprovação de alguns dos principais programas do governo, como o Minha Casa, Minha Vida, Farmácia Popular, Isenção de conta de luz para os mais pobres, Gás do Povo e Pé de Meia — todos estes receberam aplausos de mais de 60% dos entrevistados. Nenhuma das medidas citadas teve reprovação superior a 28%. Ou seja, o governo vai insistir em faturar as iniciativas.

As simulações de segundo turno ressaltam a manutenção da polarização — o fato de Flávio Bolsonaro (PL-RJ) ter ficado um ponto na frente do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), revela um empate.

O Planalto prestou mais atenção no comportamento do eleitor que se diz independente — nem de esquerda nem de direita. Entre os integrantes deste grupo, 29% votariam em Tarcísio, mas apenas 23% escolheriam Flávio.

Os votos em Lula ficam em 34% quando o candidato é o governador e pulam para 37% contra o senador.

A análise petista converge para o que é consenso entre partidos do Centrão. O eleitorado tende a continuar dividido no próximo ano, mas o favoritismo de Lula ficar maior caso enfrentar um candidato visto como mais radical, no caso, Flávio Bolsonaro. A avaliação é de que a pequena vantagem do senador sobre Tarcísio tem mais a ver com o fato de este ainda ser desconhecido.

Ao conceder liminar em ação do escritório de Viviane Barci de Moraes, mulher de Alexandre de Moraes, o ministro André Mendonça reforçou tendência do Supremo Tribunal Federal de negar vínculo empregatício a professores contratados como pessoas jurídicas. Viviane advoga para o grupo SEB, de educação.

Em março, a Segunda Turma do STF cassou, por quatro votos a um, decisão da Justiça do Trabalho que reconhecera os direitos trabalhistas de professores pejotizados da Universidade Anhanguera. Um dos que votaram contra o vínculo foi o relator, Gilmar Mendes, sócio de um grupo educacional.

Para Gilmar, esse tipo de ação deve correr na Justiça comum. Este ano, ele suspendeu ações trabalhistas que apontavam fraude na contratação de PJs para exercer tarefas típicas de funcionários celetistas. Mendonça, que concedeu a liminar, é sócio de instituto que oferece cursos e palestras.

Para o Ministério Público do Trabalho, o STF tem usado a possibilidade de tercerização total — aprovada na reforma trabalhista proposta no governo de Michel Temer — para autorizar a pejotização. Alega que são situações diferentes: na tercerização, o prestador de serviços é contratado por uma empresa; na pejotização isso não ocorre.

A Associação Nacional de Guardas Municipais diz que o relatório da PEC da Segurança ameaça a existência de algumas dessas corporações. Presidente da AGM Brasil, Reinaldo Monteiro protocolou um relatório no Ministério da Justiça com os pontos que considera mais graves no relatório da proposta.

Para Monteiro, o relator, deputado Mendonça Filho (União-PE), comete um equívoco ao transformar essas guardas em polícias municipais. Outro problema, diz, é exigir que apenas municípios com mais de 100 mil habitantes possa criar suas guardas. Para ele, isso eliminaria 90% delas e promoveria demissões.