Por: POR FERNANDO MOLICA

CORREIO BASTIDORES | PL faz as pazes com Michelle e mantém plano Ciro Gomes

Criticado, o ex-governador ficou quieto | Foto: Marcelo Casal - Agência Brasil

Como no sucesso de Jair Rodrigues do início dos anos 1960, o PL decidiu, na polêmica levantada por Michelle Bolsonaro, ficar na base do deixa que digam, que pensem, que falem.

A mulher de Jair Bolsonaro foi a público anunciar que discordava do apoio do partido a Ciro Gomes (agora no PSDB) para o governo do Ceará. Os três filhos mais velhos do ex-presidente reagiram, houve discussão e pedidos de desculpas. Mas, na prática, nada mudou.

Presidente do PL, Valdemar Costa Neto continua convencido de que o melhor é apoiar Ciro, que, por lá, não há espaço para o bolsonarismo ter um candidato que encarne o antipetismo como o ex-governador.

 

Na rota de Elizabeth Arden

Desancado por Michelle Bolsonaro, o deputado federal André Fernandes, presidente do PL do estado do Ceará, continuará a tocar o barco na direção de Ciro Gomes, mas sem fazer barulho. A situação está tão encaminhada que nem mesmo o explosivo pré-candidato respondeu, fingiu que não ouviu a bronca. Em 2018, para não dar declarações favoráveis a Fernando Haddad contra Bolsonaro, foi para Paris. Agora, está nos Estados Unidos

O exemplo paulistano

A estratégia de trabalhar em silêncio repete, em linhas gerais, a adotada por Ricardo Nunes (MDB) na sua candidatura para prefeito de São Paulo. A maior preocupação de sua campanha era impedir que o PL tivesse candidato próprio, o que dividiria os votos da direita e transformaria Bolsonaro em adversário.

Nunes tratou de levar a história em fogo brando, aceitou o vice imposto pelo ex-presidente, garantiu o tempo de TV do PL e ganhou a eleição. Passou sufoco com Pablo Marçal, mas chegou na frente.

Aviso aos assaltantes

Motociclista expõe frase para desestimular assaltos | Foto: FM

Alguns motociclistas do Rio que trabalham com entregas resolveram tentar desestimular os assaltantes que os abordam para roubar comida. Eles resolveram pintar no baú de suas motocicletas frase que procura desestimular os assaltos: afirmam que transportam ração, e não pizzas. Têm agora que torcer para que o pessoal do crime acredite.

Susto geral

Com a virada de mesa que deu nas regras do processo de impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes conseguiu o que o então presidente Fernando Collor de Mello disse que faria com seu governo: deixou a direita indignada e a esquerda perplexa.

Heroísmo

Muita gente na oposição viu na canetada um jeito de beneficiar Messias, candidato do governo a uma vaga no STF. Advogado-Geral da União, ele, ainda na quarta, entrou com um pedido para que Gilmar reconsiderasse sua decisão. Se desse certo, posaria de herói diante dos senadores.

É pau, é pedra

O problema é que Gilmar respondeu com uma pedrada. Negou o pedido e ressaltou que o AGU não se manifestou nos autos e só mandou resposta dois meses depois de esgotado o prazo — no meio jurídico, perder prazo é pior que chutar a grama e perder pênalti numa Copa.

Acerto

Líder do PL no Senado, Portinho (RJ) era um dos que apostavam em jogo combinado. Para ele, o trato só não deu certo por ter ficado muito evidente. Apresentou, esta semana, PEC que restringe o acesso STF a juízes de carreira, que passariam a ter, por um lá, um mandato fixo, de dez anos.