Por: POR FERNANDO MOLICA

CORREIO BASTIDORES | Líder do PL: caso Michelle mostra importância de Flávio

Filho mais velho de Bolsonaro, senador diz falar por ele | Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

Líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ) diz que o bate-boca entre o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e sua madrasta, Michelle, demonstrou a necessidade de que o filho mais velho do ex-presidente seja seu único porta-voz.

Pastor, ressaltou que, numa discussão sobre o tema, apelou para a Bíblia: lembrou que, segundo o livro sagrado, na ausência do pai, quem fala por ele é seu primogênito.

Fazer de Flávio o único interlocutor durante o tempo em que Jair Bolsonaro estiver é preso é essencial, segundo Sóstenes, para pacificar a casa. Isso, até para o bem dela, Michelle, e do partido. O problema é que, domingo, a mulher do ex-presidente atacou até mesmo Valdemar Costa Neto, presidente do PL.

 

Isenção focada

A nova rodada da pesquisa Atlas Intel ajuda a entender a preocupação do governo em bater muito bumbo para a isenção de imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil reais. É nas faixas dos que têm renda familiar entre R$ 2 mil e R$ 5 mil que é pior a popularidade do presidente Lula (PT).

Mais ricos

Entre integrantes de famílias que têm renda entre R$ 2 mil e R$ 3 mil, 63,2% reprovam Lula e 36% o aprovam. Na faixa seguinte, que bate nos R$ 5 mil, os números são bem parecidos, 62,3% e 37,5%. A aprovação aumenta entre os mais ricos, chega a 62,2% em famílias que recebem mais de R$ 10 mil.

Pecado petista

Para um integrante do governo, a explicação vai além da renda familiar ou de resultados pontuais e positivos da economia, como queda no desemprego. Tem, principalmente, a ver com expectativa de futuro. A baixa classe média não quer emprego, quer ficar rica, e acha que o PT não ajuda empreendedores.

Mil perdões

Mulher de Bolsonaro reafirmou críticas | Foto: Alan Santos/PR

Sóstenes negou que, ao anunciar que pedira desculpas à madrasta, Flávio tenha atendido a uma determinação do pai, com quem esteve ontem na Polícia Federal.

Segundo ele, o senador havia conversado com Michelle na véspera, quando se desculpou de ter dito que ela atropelara o pai e agira de forma autoritária e constrangedora. Suas críticas acabaram repostadas pelos irmãos Carlos e Eduardo.

Em nota, Michelle também pediu perdão aos enteados, mas reafirmou suas críticas à aliança com Ciro Gomes.

Versão aceita

Os números indicam que boa parte da população comprou a versão do governador do Rio, Cláudio Castro (PL), sobre uma suposta omissão do governo federal no combate à criminalidade. Algo que teria ocorrido, em particular, no caso da operação nos complexos do Alemão e na Penha, ocorrida em outubro.

Sonhadores

Essa avaliação bate com outros dados da pesquisa. Em sua maioria, os que têm ensino fundamental e superior aprovam Lula, os que pararam no ensino médio o reprovam (63,1% a 35,9%). Os índices são negativos entre os mais jovens — que sonham com vida melhor — e positivo nos grupos mais velhos, que viveram tempos piores.

Efeito Alemão

Em julho, 42% dos entrevistados consideravam que criminalidade e o tráfico de drogas eram os principais problemas do país. A corrupção estava em primeiro lugar, com 55%. A preocupação com a insegurança subiu discretamente em julho e agosto, explodiu em outubro e chegou a 63% em novembro.

Empréstimo de R$ 20 bilhões dos Correios é suspenso

Por Idiana Tomazelli (Folhapress)

O Tesouro Nacional negou a concessão de garantia soberana ao empréstimo de R$ 20 bilhões que os Correios pretendiam tomar com bancos, levando a estatal de serviços postais a suspender a transação.

Segundo interlocutores, o órgão ligado ao Ministério da Fazenda avisou a empresa nesta terça-feira (2) que não aceitaria conceder o aval em uma operação com taxa de juros acima do custo máximo permitido pelo comitê de garantias do Tesouro.

A operação de crédito foi aprovada pelo conselho de administração dos Correios no último sábado (29) e seria contratada com um sindicato de cinco bancos: Banco do Brasil, Citibank, BTG Pactual, ABC Brasil e Safra. Como fiador, o Tesouro Nacional honra os pagamentos em caso de inadimplência, o que torna praticamente nulo o risco de prejuízo para as instituições financeiras.

Na proposta, o custo do empréstimo ficou um pouco abaixo do ofertado na primeira rodada de negociação, de 136% do CDI (Certificado de Depósito Interbancário) ou cerca de 20% ao ano, mas ainda próximo desse patamar. A tabela de custo máximo aprovada pelo comitê de garantias do Tesouro Nacional prevê um teto de 120% do CDI (em torno de 18% ao ano) em operações desse tipo com prazo de dez anos.

A estatal ainda não protocolou formalmente o pedido de aval à operação de crédito, mas já entregou seu plano de reestruturação e também apresentou as condições do empréstimo. Segundo interlocutores, o presidente dos Correios, Emmanoel Rondon, foi chamado nesta terça para uma reunião no Ministério da Fazenda, em que foi avisado de que as condições não seriam aceitas.

A empresa já informou os bancos da suspensão da contratação, e há expectativa por parte da companhia de voltar à mesa de negociação com as instituições financeiras, na tentativa de reduzir as taxas.