Por: POR FERNANDO MOLICA

CORREIO BASTIDORES | Apoio da direita a Eduardo Paes sobe no telhado

Operação diminuiu chance de o prefeito obter acordo | Foto: Tânia Rego/Agência Brasil

Detectada por pesquisas de diferentes institutos, a aprovação da operação policial nos complexos do Alemão e da Penha já provocou reflexos nas articulações para a disputa do governo do Rio em 2026.

Como num daqueles jogos de tabuleiro, a possibilidade de um eventual apoio da direita à candidatura do prefeito carioca, Eduardo Paes (PSD), voltou duas casas.

"O Eduardo fica falando essas besteiras em público, mas não tivemos nenhuma conversa oficial com ele", ressalva o líder do PL na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (RJ).

No dia 25, Paes acenou para uma aliança, num evento público, se dirigir ao presidente do PL-RJ, Altineu Côrtes. Falou que estariam juntos "por amor" ao Estado do Rio.

 

Dubiedade

O aumento da popularidade do governador Cláudio Castro (PL), também apontada por pesquisas, reforçou a tese de uma candidatura própria da direita, sem a dubiedade representada por Paes. Em 2022, ele apoiou Lula; em 2024, o PT retribuiu o gesto.

Impossibilidade

Semana passada, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) reagira à possibilidade de um acordo com o prefeito. Afirmou que não sabia de nada e que não fora consultado. Frisou que não seria possível juntar Lula e seu pai, em torno de um mesmo candiato ao governo.

Para líder do PL, jogo ainda não começou

Sóstenes lembra parabéns de Paes a Lula | Foto: Lula Marques/ Agência Brasil

"O jogo não está jogado, está muito cedo", destaca Sóstenes ao Correio Bastidores. Para ele, Paes precisa definir de que lado está. Ressalta que que, semana passada, o prefeito postou foto ao lado de Lula e lhe desejou feliz aniversário.

Flávio Bolsonaro, por sua vez, afirmara que o partido estava testando alguns nomes para o governo.

A operação policial fortaleceu a possibilidade de escolha de alguém ligado à área de segurança pública.

Desde as primeiras notícias sobre a incursão, que causou 121 mortes, Paes tem evitado o tema, não disse se foi contra ou favor do que houve, apenas falou da situação da cidade.

Clareza

Já a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) diz que a possibilidade de a direita lançar um candidato próprio e desistir de um acordo com Paes facilita a vida da esquerda. Na mesma linha utilizada pelo líder do PL, afirma que o prefeito "tem que ter clareza".

Limites

Para Jandira, é normal que Paes queira ampliar seus apoios e alianças, mas frisa que "pragmatismo tem limite". Uma aliança com a extrema-direira, afirma, dificultaria o apoio da esquerda ao prefeito e descaracterizaria sua candidatura ao governo estadual.

Boa chance

Uma liderança do PT fluminense que ocupa cargo no governo federal diz não ter dúvida de que a direita lançará um candidato próprio ao Palácio do Planalto. "Vai lançar. Com chance", escreveu, em mensagem por whatsapp. Não arrisca, porém, dizer que seria escalado.

Anistia

Por falar no Sóstenes: ele prevê para a próxima semana a votação da anistia aos condenados por golpismo. Segundo o líder do PL, isso se dará com a apresentação de um pedido de "destaque de preferência" ao relatório do deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP).