Por: POR FERNANDO MOLICA

CORREIO BASTIDORES | Com operação, direita coloca segurança no palanque

Cláudio Castro lidera reunião de governadores | Foto: Fotos: Eliane Carvalho e Ernesto Carriço

Retirada do canto do ringue pela operação da polícia do Rio que terminou com a morte de 121 pessoas, a direita parece, enfim, ter encontrado um caminho para fazer frente ao favoritismo do presidente Lula na eleição de 2026.

Como na velha marchinha getulista, governadores de estados como Rio de Janeiro, Santa Catarina, Goiás, Minas Gerais e São Paulo (este, com mais discrição) recolocaram, outra vez, o velho retrato do combate implacável à violência no mesmo lugar do debate público.

Sabem que o tema é sensível e explosivo — muita gente pode não ligar para o tarifaço de Donald Trump, para a eventual anistia a golpistas, para a COP30, para o caso do INSS, mas todo mundo tem medo de ser assaltado ou morto.

 

Oportunidade

A ênfase no tema preocupa alguns setores da própria direita, não se sabe até que ponto investigações podem comprovar excessos e abusos na operação policial e seu viés mais político. Mas há uma certeza de que a oportunidade de virar o jogo não poderia ser desperdiçada.

Palpite infeliz

Pela primeira vez em alguns meses, o governo federal — que não é responsável direto pela segurança nos estados — ficou numa situação desconfortável, na defesa. Ao emitir o palpite pra lá de infeliz ao falar de traficantes vítimas de viciados, Lula abriu a guarda.

Preso em casa, Jair Bolsonaro fica fora do palco

Bolsonaro depôs na Primeira Turma no STF | Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

A operação gera também algumas dúvidas em setores específicos da direita, em particular, na família de Jair Bolsonaro. Pela primeira vez, o ex-presidente, em prisão domiciliar, não foi citado com um dos protagonistas de um fato tão relevante.

Ao autorizar a incursão e, principalmente, ao falar numa omissão do governo Lula, o governador do Rio, Cláudio Castro (PL), foi pro centro do palco, nacionalizou a briga — algo que seria reforçado com a presença de colegas que administram outros estados.

O coro de governadores indica a possibilidade de um caminho de bolsonarismo sem Bolsonaro, algo que apavora o ex.

Desafios

O problema do governo e da esquerda em geral é mostrar que: 1. não defende bandidos; 2. é capaz de produzir e implantar planos de segurança que não fiquem restritos ao campo das boas intenções. Na dúvida, vai insistir em saídas como a PEC da Segurança.

Antagonista

A bateção de cabeças no governo é tanta que coube, principalmente, ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, travar um debate político sobre o tema da segurança. Ele insistiu na necessidade de se controlar o fluxo de dinheiro das organizações criminosas.

Saúde

Ex-ministros da Saúde, José Gomes Temporão e Luiz Henrique Mandetta estão entre os palestrantes da Fisweek25, que, segundo seus organizadores, é o maior evento de inovação, criatividade e tendências da América Latina. O evento começará na quarta, no Rio.

Inovações

Principal executiva da Fiswwek25, Manuela Melo afirma que o encontro e o Rio Health Forum — que ocorrerá de maneira paralela — abordarão o que há de "mais moderno e inovador" na área de saúde. Entre os temas estão longevidade, atenção primária e desafios do mercado.