Por: POR FERNANDO MOLICA

CORREIO BASTIDORES | Petista quer romper com Paes se houver acordo com PL

Para Reimont, PT deveria entregar cargos na prefeitura | Foto: Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados

A possibilidade de o PL, partido de Jair Bolsonaro, apoiar a candidatura do prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), ao governo do Estado tem deixado a estrela do PT fluminense ainda mais vermelha — de raiva.

O deputado federal Reimont (PT) disse à coluna que o partido deveria entregar seus cargos na prefeitura caso Paes faça mesmo acordo com o PL. Petistas comandam três secretarias na prefeitura carioca.

Em 2024, o partido do presidente Lula apoiou a candidatura de Paes à prefeitura; e ele, em 2022, ficou ao lado do atual presidente. Em tese, a aliança será mantida para 2026.

Como revelou a Coluna Magnavita, possibilidade de acordo com o PL depende do resultado de articulações nacionais.

 

Efeito Kassab

Tudo dependeria de um acerto do presidente do PSD, Gilberto Kassab, em torno da disputa do Palácio do Planalto. Seria complicado apoiar um candidado ligado ao PL, como o governador Tarcísio de Freitas (filiado ao Republicanos) sem oferecer uma base forte no Rio.

Fragilidades

Outro problema é a fragilidade do PT no interior do Estado, área onde Paes — que está em seu quarto mandato na prefeitura — é mais frágil. O partido de Lula tem seis deputados estaduais; de Bolsonaro, 18. Um apoio do PL também teria efeitos positivos junto aos evangélicos.

Redução de penas derrapa no óleo jogado pela anistia

Senador Flávio Bolsonaro | Foto: Waldemar Barreto/Agência Senado

E a novela da anistia segue arrastada. Diante das dificuldades, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), admitiu a possibilidade de negociar a alternativa de reduzir penas.

Mas o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), quer passar longe de novos problemas. Já se considera escaldado pela reação negativa à PEC da Blindagem e à aprovação da urgência do projeto de anistia.

Motta também teve que digerir a reação do governo à derrubada da medida provisória que tratava de impostos. Trata de priorizar assuntos populares, como a proibição de cobrança por malas pequenas em aviões.

Espinhos

O presidente da Câmara considera que tem projetos espinhosos e inadiáveis para tratar, como os que serão enviados pelo governo para cortar gastos e aumentar a arrecadação. Fora aquele que prevê reduzir isenções fiscais, tema que acirra os lobbies no Congresso.

Corda

Há, entre políticos do próprio PL, a percepção que o partido errou ao esticar demais a corda da anistia, um tema que, de acordo com as pesquisas, é cada vez mais impopular. Para alguns, a demora pode inviabilizar até mesmo a proposta de redução de penas.

Ser ou não ser

Punido com a perda de cargos no governo, o Centrão não estaria disposto a comprar briga para beneficiar condenados pela tentativa golpista. Ainda mais num momento em que a direita não define um candidato à Presidência e Lula recupera popularidade.

Fique em cana

Setores mais pragmáticos do PL alertam que o fracasso de uma alternativa tem potencial para irritar condenados pelo 8 de Janeiro, já que quase todos seriam libertados com a redução de penas. Ficaria evidente que o objetivo da anistia é livrar a cara de Jair Bolsonaro.