Por: POR FERNANDO MOLICA

CORREIO BASTIDORES | Autora de livro sobre Ninho do Urubu critica absolvição

Justiça absolveu sete acusados pela tragédia | Foto: Agência Brasil

Autora do livro-reportagem "Longe do ninho", que trata da morte de dez atletas da base do Flamengo em incêndio no centro de treinamento do clube, a jornalista e escritora Daniela Arbex critica a absolvição de sete réus do caso.

Segundo ela, a decisão do juiz Tiago Fernandes de Barros, da 36ª Vara Criminal do Rio, é "o retrato do Brasil", de um país "condescendente com os poderes vigentes" e representa "um salvo-conduto para crimes futuros."

Finalista do Prêmio Jabuti de 2025, o livro conta detalhes da tragédia ocorrida em 2019 no Ninho do Urubu. Daniela frisa que o Flamengo pagou por mais de dez vezes multas, de valor irrisório, aplicadas pela prefeitura por ausência de alvará do centro de treinamento.

 

Sem alvará

Autora também de livros premiados sobre o incêndio da boate Kiss e o Hospital Colônia de Barbacena, Daniela ressalta que o Ninho do Urubu funcionava sem alvará desde 2012, mas só foi recebeu um edital de interdição cinco anos depois — e continou funcionando.

Alerta

Ela frisa que, em 2012, sete anos antes do incêndio, o Ministério Público do Rio de Janeiro manifestou preocupação com a segurança dos aletas — em 2015, propôs uma ação para a melhoria das condições de alojamento, segurança e saúde dos jovens atletas.

Meses antes do incêndio, MP alertou para risco

Daniela Arbex: Flamengo teve chances; atletas, não | Foto: Reprodução/ TV Brasil

A jornalista destaca que em junho de 2018, uma vistoria feita pelo Grupo de Apoio Técnico Especializado do MP no contêiner onde os atletas dormiam chegou a uma conclusão tristemente profética.

O grupo relatou que os fatos encontrados "podem trazer dificuldades em caso de uma situação de grande emergência".

"O fato é que o Flamengo teve inúmeras oportunidades de se adequar. Já os atletas não tiveram nenhuma chance", frisa.

Na decisão, o juiz disse não ter encontrado relação entre "condutas individuais e a ignição" — ou seja, focou apenas no incêndio, não nas condições que foram decisivas para a tragédia.

Blusinhas...

Quem entra em agências dos Correios descobre que não é possível despachar encomendas para os Estados Unidos e Porto Rico (uma espécie de colônia norte-americana). A interdição não tem a ver com medidas de Donald Trump contra o Brasil, vale para todos os países.

...de Trump

Em resposta à coluna, os Correios informam que problema é que, desde o fim de agosto, os EUA passaram a tributar mercadorias que ultrapassem o valor de US$ 100 (cerca de R$ 540,00). Exigem também uma avaliação prévia de produtos postados para lá.

ONU na causa

A exigência, feita de maneira abrupta, do jeitão Trump, praticamente inviabilizou a postagem das encomendas, mesmo que por pessoas físicas: outros 80 operadores postais do mundo também pararam de mandar produtos para lá. Até a ONU busca uma solução para o problema.

WO de Paes

O deputado federal Reimont (PT-RJ) ironiza a possibilidade de o PL apoiar a candidatura de Eduardo Paes (PSD) ao governo e até indicar o vice da chapa, como adiantado pela coluna Magnavita. "Eles querem ganhar por WO", brincou. O PT é aliado do prefeito carioca.