Por: POR FERNANDO MOLICA

CORREIO BASTIDORES | Apoiado por Alcolumbre, Pacheco ameaça Messias

Lula com o advogado-geral, favorito para o STF | Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

Favorito para assumir a cadeira que será deixada pelo ministro Luís Roberto Barroso no Supremo Tribunal Federal, o advogado-geral da União, Jorge Messias, que se cuide.

Presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) embarcou de cabeça na campanha para que Lula indique o seu antecessor no comando da Casa, o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

A tabelinha entre os dois não começou agora — Pacheco foi o sucessor de Alcolumbre ao fim da primeira passagem deste pelo cargo.

O presidente do Senado já deu provas de jogar pesado na defesa de seus interesses. Este ano, chegou a demorar oito meses para colocar em votação indicações do governo para cargos em agências reguladoras e tribunais.

 

Tempo de Davi

Dono da pauta do Senado, Alcolumbre não se constrange nem um pouco em jogar com o tempo para, assim, conseguir que o governo atenda suas muitas demandas — que incluem a indicação de aliados para cargos estratégicos na estrutura do governo.

Credor

As sucessivas crises do Planalto com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), reforçam o papel de Alcolumbre e aumentam seu crédito junto ao governo. Ele mandou arquivar a PEC da Blindagem e cozinha em fogo baixo a proposta de redução de penas.

Governo tenta negociar prêmio de consolação

Reunião com Fachin, Alcolumbre e Pacheco | Foto: Instagram de Davi Alcolumbre

No início desta semana, Alcolumbre carregou Pacheco para uma reunião com o presidente do STF, Edson Fachin, e o procurador-geral da República, Paulo Gonet. O encontro não era para tratar da vaga de Barroso, mas o presidente do Senado tratou de mostrar quem é seu candidato.

Messias segue como favorito. O Planalto tenta costurar uma solução que leve Pacheco para o Tribunal de Contas da União. A vaga na AGU também ficaria disponível para ser negociada.

O problema vai ser convencer Alcolumbre a aceitar um prêmio de consolação. É certo, porém, que nada será feito sem sua aprovação.

Vale tudo

A apreensão, ontem, no Aeroporto de Salvador, do celular do deputado Dal Barreto (União-BA) é mais um capítulo de uma conhecida novela: o governo, mais uma vez, vai jurar que não tem nada a ver com as ações da Polícia Federal, o que será contestado pela oposição.

Sequência

A nova etapa da Operação Overclean, que trata do desvio de emendas parlamentares, foi deflagrada dias depois da derrubada pela Câmara da MP dos impostos e na sequência da retaliação do Planalto: a demissão de indicados por deputados que votaram contra o Planalto.

Apostas

A aposta agora na Câmara é em torno do comportamento dos partidos do Centrão, os principais alvos da ira do governo. Este acredita que o puxão de orelhas e as ameaças vão levá-los de volta para a base; a oposição avalia que ganhará novos e importantes aliados.

Triangulação

Exportadores brasileiros ainda não entenderam o porquê de os Estados Unidos não terem incluído automóveis na lista de produtos sobretaxados — afinal, o Brasil não vende carros para eles. Há o receio de nosso país virar barriga de aluguel para automóveis chineses.