Por: POR FERNANDO MOLICA

CORREIO BASTIDORES | Pesquisa reforça ideia de vários candidatos de direita

Zema, Ratinho, Tarcísio e Caiado em ato pró-Bolsonaro | Foto: Reprodução Instagram de Romeu Zema

Setores da direita ficaram animados com uma perspectiva oferecida pela pesquisa Quaest.

Lula (PT) lidera em todos os cenários, mas a soma das intenções de voto em candidatos conservadores aponta para um empate com os percentuais atribuídos ao presidente.

Isso indica a possibilidade de que, num segundo turno, um oposicionista seja capaz de atrair votos de todos os descontentes com o governo.

Política não é matemática e Lula lidera as intenções de votos também na rodada final, mas os dados da pesquisa reforçam os que defendem o lançamento de vários candidatos de direita.

Isso também permitiria que, nos debates, eles se revezassem nos ataques ao presidente, que seria alvo de todos.

 

Empate técnico

Numa das simulações, Lula tem 36% das intenções de votos contra 38% da soma dos que seriam dados a Michelle Bolsonaro (21%), Ratinho Júnior (10%), Romeu Zema (4%) e Ronaldo Caiado (3%). Também entre os oposicionistas está Ciro Gomes, com 10% das preferências.

Goleada

Num outro cenário testado pela Quaest, Lula manteria uma grande vantagem em relação aos candidatos de direita somados: 39% contra 26% de Tarcísio de Freitas (18%), Zema (4%) e Caiado (4%). Nesta simulação, Ciro teria 12% das intenções de voto.

Número menor de adversários favorece presidente Lula

Petista ganharia com facilidade no segundo turno | Foto: Ricardo Stuckert

Haveria também um empate técnico entre Lula e os representantes da direita — 35% a 36% — caso esta fosse para as eleições com as candidaturas de Eduardo Bolsonaro (15%), Ratinho (12%), Zema (5%) e Caiado (4%). Ciro ficaria com 11%.

A vantagem do atual presidente seria maior caso enfrentasse um número menor de adversários: teria 43% contra 23% de Eduardo e 10% de Ratinho — total de 33%.

As simulações de segundo turno, porém, indicam que Lula venceria qualquer candidato da direita com, pelo menos, dez pontos de vantagem. A escolha do eleitor não leva em conta apenas visões ideológicas.

Rejeição

A pesquisa entregou más notícias para Tarcísio. Além de ficar abaixo de Michelle, ele viu sua rejeição aumentar. Em janeiro, 32% dos que o conheciam não votariam nele; o percentual subiu para 41%. Antes, 45% dos eleitores não o conheciam; agora são 33%.

Bets e Câmara

O processo de bombardeamento da medida provisória que tratava do aumento de impostos mostrou o poder das bets na Câmara, como foi admitido pelo relator da proposta, Carlos Zarattini (PT-SP). Esse prestígio também pode ser medido por outros meios.

Paradão

Aprovado no fim de maio pelo Senado, projeto que limita a publicidade de apostas seguiu para a Câmara, e vai sendo tocado sem pressa. No dia 1º de julho, o deputado Hugo Leal (PSD-RJ) pediu a criação de uma comissão especial para examiná-lo. Até agora, nada.

Parecer

Projetos que proíbem a propaganda das bets tramitam devagar. O da ministra Gleisi Hoffmann (PT-PR), foi apensado ao de Reginaldo Lopes (PT-MG), que está na Comissão de Comunicação — recebeu parecer favorável do relator, Pastor Diniz (União-RR).