Por: POR FERNANDO MOLICA

CORREIO BASTIDORES | Edinho tenta manter Centrão ao lado do governo

Presidente do PT tenta segurar apoios para 2026 | Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Novo presidente nacional do PT, Edinho Silva tem tentado evitar que a diminuição do peso de Jair Bolsonaro na direita reforce o isolamento do governo em relação a partidos do Centrão.

A equação é simples: as prováveis condenação e prisão do ex-presidente deixarão setores conservadores ainda mais à vontade para articularem uma candidatura de oposição à Presidência.

Um movimento que seria capaz de comprometer a formação de uma aliança mais ampla em torno da reeleição do presidente Lula.

Livre do discurso mais radical, típico do bolsonarismo, o candidato desses partidos de direita e de centro-direita teria, em tese, a capacidade de conquistar um eleitorado mais amplo.

 

Tarcísio

A desenvoltura apresentada nos últimos dias pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e a crise do União Brasil com o governo comprovam que as articulações conservadoras avançaram muito. Tarcísio é, de longe, o candidato favorito da direita.

Vai que é tua...

Ao reagir à movimentação da direita e criticar ministros de partidos do Centrão que não defendem o governo, Lula marcou posição, mas aumentou o tamanho do problema. Ao apontar a porta da rua para os infiéis, ele jogou mais peso nas costas de Edinho.

Derrota na CPMI deixa aliados insatisfeitos com governo

Senador pelo Amazonas, Aziz é contra vetos de Lula | Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

A derrota sofrida pelo governo na formação do comando da CPMI do INSS mostrou desarticulação, mas também um certo corpo mole por parte de aliados não petistas.

Irritado por não ter sido indicado pelo governo para presidir ou relatar a CPMI, o senador Otto Alencar (PSD-BA) quer deixar o grupo.

Líder do PSD no Senado, Omar Aziz (AM) também pediu pra sair: avalia que o Planalto não se empenhou para que ele fosse confirmado como presidente da CPMI.

Os vetos de Lula às mudanças na lei ambiental complicam sua situação no Amazonas e contribuem para que ele queira se distanciar do governo.

Indefinição

A indefinição sobre a permanência de Celso Sabino (União) à frente do Ministério do Turismo é outro problema. O governo confia que o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AM), conseguirá convencê-lo a ficar, mas a pressão contrária do partido é grande.

Vitórias

A crise com ocorre num momento em que o governo comemora a ação contra o PCC. A operação sepultou de vez a tentativa da oposição de garantir impunidade quase absoluta para parlamentares e deu margem para críticas ao deputado Nikolas Ferreira (PL-MG).

A estrela

Em seu livro "Memórias e testemunhos", que será lançado hoje na Travessa do Leblon, o ex-ministro Edilson Lobão conta que João Baptista Figueiredo ameaçou não aceitar a indicação para suceder Ernesto Geisel na Presidência se não recebesse a quarta estrela de general.

Sem cédula

O general Costa Cavalcanti, com quem Lobão trabalhara, foi chamado para domar o velho amigo Figueiredo — não adiantou. Para dar a derradeira estrela, Geisel teve que remanejar quatro generais, o que fez a fila de promoções andar — na ditadura, eleição era assim.