Por: POR FERNANDO MOLICA

CORREIO BASTIDORES | Exportadores: acordo dos EUA com Ásia complica Brasil

Augusto de Castro: operações são legais | Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

Presidente executivo da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro avalia que o acordo comercial assinado pelos Estados Unidos com países asiáticos complica ainda mais a situação do Brasil.

Pelo acordo, Japão, Indonésia e Filipinas concordaram que os EUA imponham taxas de 15% a 19% a seus produtos. Os países aceitaram liberar seus mercados para os exportadores norte-americanos, até mesmo sem cobrança adicional

Para Castro, a situação revela uma quebra de reciprocidade e dificulta a elaboração de um acordo do Brasil com a Casa Branca.

Ele lamenta ainda o que classifica de demora nas negociações diplomáticas por parte do Planalto do Planalto.

 

Sem resposta

"Li que os diplomatas brasileiros começaram a negociar, mas isso já deveria ter sido feito há mais tempo", critica. O governo, porém, alega que, no dia 16 de maio, enviou para os Estados Unidos a minuta de uma proposta para um futuro acordo — e até hoje não teve resposta.

O alvo

"Faltam planos de ações para negociar, não há margem de manobra", reclama. Frisa que Donald Trump é imprevisível, e que as declarações dele e de Lula contribuíram para piorar a situação. Para Castro, ao negociar com a Ásia, os EUA tentam esvaziar a China.

Países têm superávit nas relações com Estados Unidos

Punições estabelecidas por Trump começam na sexta | Foto: Isac Nóbrega/PR

Diferentemente do que ocorre com o Brasil, os três países asiáticos que fecharam acordos têm superávit nas relações com os EUA — vendem mais do que compram.

O dirigente da AEB, porém, frisa que a situação de alguns exportadores brasileiros ficou muito complicada, em especial, a dos fabricantes de produtos manufaturados e semimanufaturados, que têm EUA e Argentina como principais compradores.

Destaca também que o dia 1º de agosto, definido por Trump como início da cobrança da taxa de 50%, está chegando — será na próxima sexta-feira. "Os diplomatas têm que agir", insiste.

Experiência

Acostumado com as intempéries da polícia, um deputado do Republicanos reconhece que o Centrão tem negado apoio explícito a Jair Bolsonaro, acossado pelo STF. Mas, para ele, isso não indica que o grupo vai, majoritariamente, cair nos braços do presidente Lula.

Ódio ao PT

Segundo ele, o grande problema é o viés conservador da maioria dos eleitores dos deputados que integram o Centrão. Cidadãos que, de uns anos pra cá, passaram a repudiar qualquer tipo de aproximação com o petismo. E político, lembra, não briga com eleitor.

Alerta

Na quarta, clientes do Itaú Personnalité receberam um alerta. Em e-mail, o banco dizia que seus investimentos poderiam render mais, que estavam abaixo da taxa básica de juros, fixada em 15% ao ano. A mensagem oferecia um link que levaria a mais opções.

Errata

Horas depois, o banco enviou o que chamou de "Errata", pediu que o e-mail anterior fosse desconsiderado. Ouvido pela coluna, o Itaú confirmou a autenticidade das mensagens, e disse que houve erro na seleção dos destinatários. O Personnalité é um segmento mais exclusivo.