Por: POR FERNANDO MOLICA

CORREIO BASTIDORES | Lula e Milei — e a luta por popularidade

Os presidentes: copos meio cheios e meio vazios | Foto: Ricardo Stuckert / PR

Realizada em seis países da América Latina, a pesquisa Latam Pulse — tocada pela Atlas com a Bloomberg — revela que, adversários ideológicos, Lula e Javier Milei têm avaliações semelhantes.

A aprovação de Lula é superior à do argentino — 47,3% a 44,3% —, mas o rival tem reprovação menor, 44,1% a 51,8%.

A variação entre maio e junho revela uma tendência de melhoria da situação do petista e uma estabilidade do ocupante da Casa Rosada.

Em um mês, a diferença entre os que desaprovavam e aprovavam Lula caiu de 8,3 para 4,5 pontos. No caso de Milei, as mudanças foram residuais, uma variação inferior a um ponto percentual — 0,6 ponto de reprovação antes e 0,2 de aprovação trinta dias depois.

 

Lá e cá

Os governos dos dois maiores países da América do Sul em popularidade: o de Lula tem uma aprovação maior que o de Milei (41,6% a 37,6%), mas sua reprovação chega a 51,2%, contra 41,4%. O saldo negativo do argentino é de 3,8 pontos; do brasileiro, de 9,6.

Mais ricos

A aprovação do ultraliberal Milei, que passou o rodo em direitos sociais, é maior entre os mais ricos: chega a 59,6% (contra 35,5%). O apoio ao presidente no grupo que tem curso superior chega a 46,1% (contra 43,6%) e fica em 28% no grupo que só cursou o primário.

Argentinos condenam mais a situação da economia

Manifestantes protestam contra o governo Milei | Foto: Somos Télam

Talvez como reflexo das sucessivas crises enfrentadas pela Argentina, as pesquisas revelam que, de um modo geral, os brasileiros estão menos insatisfeitos e mais esperançosos que os vizinhos.

Por aqui, 36% classificaram de boa a situação da economia (49% disseram que estava ruim); por lá, o placar foi uma goleada negativa, 17% contra 67%.

Para 36% dos brasileiros, suas famílias vão bem (40%, mal) — na Argentina, os percentuais são, respectivamente, de 16% e 62%.

A situação do emprego é boa para 40% dos que vivem aqui (ruim para 44%). Lá, uma avaliação bem mais pessimista, 8% contra 74%.

Futuro

As expectativas deles também são bem negativas: apenas 34% acham que a situação econômica do país vai melhorar nos próximos seis meses — 46% apostam numa piora. No Brasil, houve um empate técnico: 43% são otimistas contra 42% que revelaram pessimismo.

Viva México

Quem se saiu bem foi a presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, que assumiu em outubro: 61,3% aprovam a maneira como vem governando o país, contra 34,2%. Dos ouvidos, 51,7% classificaram seu governo de bom ou excelente; 28%, de ruim ou muito ruim.

Mudança

A entrada na pauta da Câmara do projeto que reduz, até 2026, 10% dos incentivos fiscais demonstra uma mudança na Casa. Em 2024, deputados rejeitaram proposta que previa o mesmo corte, mas até 2031. Hoje presidente da Câmara, Hugo Motta, votou contra.

Mantidos

De autoria do deputado Mauro Benevides Filho (PDT-CE), o projeto, porém, preserva benefícios de muitos setores. Entre eles estão zonas de livre comércio, como a de Manaus, entidades sem fins lucrativos (o que inclui hospitais privados), micro e pequenas empresas.